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Embora a eficácia do secnidazol (SEC) frente ao Trichomonas vaginalis é equivalente ou
superior ao metronidazol, formulações tópicas do SEC ainda não são comercializadas. Ao
contrário das preparações orais, as tópicas podem evitar interações medicamentosas,
metabolismo hepático de primeira passagem, efeitos adversos e resistência microbiana.
Durante o desenvolvimento de novas formulações, é crucial conhecer a distribuição do ativo
no plasma e tecidos para garantir o alcance do sítio de ação. Assim, hidrogéis termossensíveis
mucoadesivos foram submetidos a ensaios de permeabilidade transmucosal em células de
difusão de Franz. Inicialmente, prepararam-se 12 formulações de hidrogéis com diferentes
combinações dos polímeros poloxâmero 188 (P188), 407 (P407) e quitosana através de um
método a frio. Destas, foram selecionadas as 2 formulações mais promissoras com base no
tempo e temperatura de gelificação, as quais continham 20 % P407; 1% P188 (PP1), ou ainda,
esta composição com 2,5% quitosana (PPQ2). O controle consistiu em uma solução de SEC a 2
mg/mL. Para o hidrogel com quitosana, avaliou-se o efeito da permeabilidade do SEC na
presença e ausência de mucina. A quantidade de SEC absorvida a partir do controle após 7 h
(294,73 µg/cm²) foi maior que aquela dos hidrogéis (228,05; 193,56 e 151,62±24,87 µg/cm²
para PP1, PPQ2 e PPQ2-MC, respectivamente). A adição de mucina retardou a absorção do
fármaco. Da mesma forma, o fluxo e o coeficiente de permeabilidade de PPQ2 foram menores
que o controle. Os valores do tempo de latência sugeriram uma ação terapêutica de início
rápido. O tratamento com PPQ2-MC proporcionou menor retenção do SEC na mucosa que o
controle (49 vs. 99±13,81 µg/cm 2 ). A presença da quitosana nos hidrogéis reduziu a absorção
transmucosal do SEC, possivelmente devido a maior interação com a mucina, direcionando o
ativo para uma ação tópica; o que representaria uma opção mais segura e que permitiria
maior adesão das pacientes ao tratamento. |
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