Abstract:
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A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo e se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. De acordo com o grau de evolução da doença e para maior parte das demências, ainda não existe tratamento capaz de curar ou reverter a deterioração progressiva do cérebro. Neste sentido, dentre os cuidados a esses pacientes e familiares, está o uso de estímulos cognitivos que possam aumentar a plasticidade neuronal e melhorar a comunicação e convívio das pessoas que possuem a doença. Assim, verificamos a necessidade de compreender o impacto do uso da estimulação cognitiva e de jogos, bem como propor novas tecnologias que possam contribuir para os idosos com a doença e suas famílias. Trata-se de um estudo metodológico, a partir de uma abordagem qualitativa. O estudo foi desenvolvido em uma ILPI em Florianópolis, que fica próximo a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O mesmo foi realizado com idosos, independentemente da idade, tendo como critério de exclusão a condição de saúde que o impossibilitasse de participar das atividades programadas conforme informação da equipe de saúde da instituição e avalição do mini exame do estado mental. A pesquisa em questão vem sendo desenvolvida desde agosto de 2019 sendo constituída das etapas: Estudo de revisão, aplicação de instrumentos junto aos idosos, intervenção de estimulação cognitiva e observação participante, avaliação após intervenção, construção de tecnologias educativas e validação com Juízes. Anteriormente à pesquisa de campo, foi realizado um estudo de revisão, nos moldes da revisão integrativa. Este tipo de revisão inclui análise de pesquisas relevantes, possibilitando a síntese do conhecimento, identificar lacunas que precisam ser investigadas, permite também sintetizar os estudos publicados e possibilita conclusões a respeito dos estudos. A segunda etapa foi constituída através da pesquisa de campo propriamente dita. A coleta de dados ocorreu inicialmente através de um questionário contendo variáveis relacionadas a aspectos de caracterização do idoso bem como outras informações relacionadas a história de saúde, diagnóstico e tratamento, além da aplicação de escalas de avaliação cognitiva Mini-exame do estado mental e outra escala para mensurar avaliação de bem-estar e qualidade de vida. Em situações onde o resultado do MEEM apontou alteração cognitiva, foi solicitado ao curador responsável a autorização para a pesquisa. Ainda que os responsáveis tiveram consentindo, a participação do idoso ocorreu apenas quando este esteve disposto a participar das intervenções propostas. Dessa forma, foi respeitado suas limitações e tempo, sendo utilizadas estratégias como a substituição do jogo, redução ou aumento da duração das partidas, assim como a inclusão de outros participantes para promover a socialização. A etapa seguinte consistiu em um programa de aplicação de atividades e jogos de estimulação cognitiva. Os jogos utilizados foram aplicados pela própria equipe de pesquisa previamente treinada. A realização dos jogos ocorreu em dias pré-estabelecidos e com tempo de duração definidos, ocorrendo no próprio ambiente da instituição, em espaço reservado livre de barulhos e outros estímulos externos. Paralelamente às atividades, foram registradas as notas de observação acerca das impressões e observações importantes identificadas pelos pesquisadores. Sendo assim, os dados oriundos da revisão da literatura, observação participante e questionários foram tratados de forma descritiva. As junções de informações das etapas anteriores deram subsídios para possibilitar a construção de tecnologias para produção de conteúdo que visam dar suporte, apoiar e instruir o papel do moderador no uso de estimulação cognitiva a idosos, sobretudo junto aqueles com demência, sendo estas as próximas etapas de estudo metodológico. Dentre os principais resultados identificou-se na escala de bem-estar e mini-mental, um total 12 idosos, sendo 4 sem demência e 8 idosos com demência. A média de idade dos pacientes foi de 86,33 anos, variando entre 77 e 93 anos. No que se refere ao estado civil, 9 eram viúvos e 3 casados, todos possuem filhos sendo estes os que mais visitam, com frequência aproximada de uma vez por semana. Entre os idosos sem demência a média de vezes que cada um participou das atividades de jogos foi 4,75. Já os idosos com demência a média foi de 5,25. Considerações finais: O uso de estimulação cognitiva e de jogos têm impacto não só no aspecto cognitivo, mas também possibilita ao idoso uma melhora psicossocial, contribuindo para aspectos mais amplos como a interação e comunicação destes idosos no ambiente em que estão inseridos. Espera-se que os resultados do estudo possam contribuir para o desenvolvimento de estratégias e tecnologias que possam auxiliar o moderador frente ao uso de jogos. |