Avaliação do secretoma de células-tronco do tecido adiposo na proteção contra danos e senescência

Abstract

As células-tronco/estromais mesenquimais derivadas do tecido adiposo (CEM-TA) apresentam fácil coleta e expansão in vitro e são promissoras para uso terapêutico pois seu secretoma é rico em moléculas com propriedades antioxidantes e antisenescentes. As células senescentes sofrem perda de capacidade de proliferação, achatamento e hipertrofia celular, acúmulo de β-galactosidase ácida associada à senescência e respostas ao dano no DNA, como a formação de focos de heterocromatina associada à senescência (FHAS). CEM-TA senescentes perdem sua capacidade de renovação e reparo tecidual, contribuindo para a progressão do envelhecimento. Na tentativa de se reduzir esses efeitos deletérios, busca-se determinar os efeitos de agentes indutores de senescência celular precoce (SCP), tais como o estresse oxidativo. O secretoma de CEM-TA tem potencial para reduzir os efeitos da SCP induzida por estresse oxidativo. Este trabalho buscou caracterizar um modelo de indução de senescência por estresse oxidativo em CEM-TA humanas por meio do tratamento com peróxido de hidrogênio (H2O2). As células foram expostas a cinco concentrações de H2O2 (0 µM, 50 µM, 100 µM, 200 µM, 400 µM) por 1 ou 3 horas, e então mantidas em cultura na estufa por 5 dias, com trocas de meio a cada 2-3 dias. O efeito senescente das CEM-TA foi analisado pelos parâmetros de proliferação celular e alterações morfológicas. A viabilidade celular das CEM-TA também foi mensurada 24 horas após o tratamento com H2O2. Os resultados até então obtidos indicam que doses de H2O2 entre 100 µM e 400 µM já demonstram potencial para induzir senescência em CEM-TA, evidenciado pelos dados de redução do potencial proliferativo e geração de células com morfologia tipicamente senescente (achatada e hipertrófica). Maiores números amostrais e experimentos serão necessários para atestar a eficácia da metodologia de indução de senescência em CEM-TA aqui relatada.