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O presente trabalho visa o estudo de dois momentos menos evidenciados da carreira de Paulo Leminski: os anos 60 e 70, e sua relação com Santa Catarina. No primeiro, com a compreensão de que ‘uma literatura menor não é a de uma língua menor, mas antes o que uma minoria faz com a língua maior’ (DELEUZE e GUATTARI, 2014, p.35), propõe-se perguntar o que o jovem Leminski faz com a narrativa que considerava maior, a breve e realista, aqui não podendo fugir da relação com Dalton Trevisan; no segundo, a recuperação de outro tipo de esparso, as visitas de Leminski ao estado de Santa Catarina, considerando, também, que se tratam de passagens pouco documentadas ou esquecidas, quando traçado o itinerário do poeta para além de Curitiba. Para tal, empreendeu-se extensa pesquisa bibliográfica em acervos públicos e particulares, arrecadando cerca de duzentas produções não publicadas em livros. A partir de sua análise, tratou-se de, primeiramente, desfazer certos cacoetes do poeta quanto ao sistema literário curitibano, para que, posteriormente, se reivindicasse, à contrapelo, a filiação do poeta ao contista. Quanto ao concretismo, verificou-se que as traduções realizadas por Leminski em 1964 diferem substancialmente das realizadas em 80, pois são, antes, tributárias de uma ortodoxia do concretismo, ao paideuma e ao make it new. Percebeu-se, ainda, a importância do papel embrionário do Grupo Áporo no curto período que atuou em Curitiba, introduzindo no poeta sensibilidades que serão aprimoradas ao longo dos 70. Quanto à relação com Santa Catarina, o trabalho de documentação se mostrou de grande relevância, por recolher, organizar e analisar fotos, reportagens, depoimentos, e pela realização de entrevistas com pessoas próximas a ele. Por fim, viu-se que a relação de Leminski com o estado se viu muito intercambiada pela amizade que possuía com Lindolf Bell, tendo dedicado um texto ao timboense e tendo inclusive vestido os ‘corpoemas’ de Bell. |
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