Abstract:
|
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de lesões em lábio diagnosticadas no laboratório de patologia bucal da UFSC (LPB). Realizou-se um levantamento, nos registros de biópsia e laudos histopatológicos do LPB entre os anos 2006 e 2019. Dos indivíduos diagnosticados pelo LPB, 18,4% (n=736) apresentavam lesões em lábio. As lesões mais prevalentes foram: hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI) (n=202, 27,4%), mucocele (n=155, 21,1%), queilite actínica (QA) (n=74, 10,1%) e carcinoma epidermóide (CE) (n=42, 5,7%). A HFI afetou mais mulheres (74,8%), entre 50-59 anos (32,2%), acometendo principalmente o lábio inferior (LI) (55,9%); associação com trauma foi relatada em 41,6% dos casos. A mucocele foi mais comum em homens (52,3%), entre 20-29 anos (32,3%), no LI (97,4%); traumatismo foi relatado em apenas 9,0% dos casos, entretanto, em 83,2% dos casos o fator de risco ou hábito não foi informado. A QA foi mais comum em homens (79,7%), entre 50-59 anos (33,8%), no LI (97,3%). O CE foi mais prevalente em homens (78,6%), entre 60-69 anos (31,0%), no LI (97,6%). Exposição solar crônica foi relatada em 28,4% dos casos de QA e em 14,3% dos casos de CE. Conclui-se que as lesões que acometem o lábio foram prevalentes nesta pesquisa. É importante ressaltar a elevada prevalência de QA e CE neste estudo e alertar para a possibilidade de progressão da QA para CE, principalmente em pacientes de risco, como trabalhadores agrícolas, pescadores e vendedores de rua. Dessa forma, salientamos a importância do diagnóstico precoce dessas lesões. |