As políticas públicas de saúde em relação às doenças infecciosas emergentes

Abstract

O mundo ainda é impactado constantemente por doenças, epidemias e pandemias que afetam diversas populações. Dentre essas epidemias, a da Leishmaniose Visceral atinge milhares de pessoas. O objetivo desta pesquisa é, a partir da análise das ações públicas desenvolvidas em Florianópolis entre 2010 e 2020 buscar explicações sociais para a ineficácia do programa brasileiro no que diz respeito a erradicação desta doença no país. Os resultados desta pesquisa apontam um descompasso entre a teoria e a prática no que diz respeito ao combate à leishmaniose no país, tendo este descompasso já sido percebido pela própria OMS anteriormente. A efetividade da eutanásia de cães como combate a LV em outros países do mundo; a ineficácia do tratamento como medida de controle da doença se o tratamento não for feito e acompanhado ao longo de toda a vida do cão somado aos altos custos do tratamento; e a não comprovação da eficácia e custo benefício de vacinas antileishmaniose como medida de saúde pública em oposição ao valor que os cães representam para os seres humanos em diversas esferas se torna um impasse que tem prejudicado o combate da doença. O desenvolvimento de uma estratégia objetiva que considere este fator social que é o valor do cão e as devidas medidas que devem ser aplicadas ao permitir que os cães sejam tratados e não mais eutanasiados se faz como a principal recomendação desta pesquisa.