Impacto do furoato de mometasona sobre a homeostase glicêmica e lipídica: busca por um glicocorticoide com menos efeitos adversos
Author:
Almeida, Milena dos Santos
Abstract:
Os glicocorticoides sintéticos (GCs) são fármacos com potente ação anti-inflamatórias e
imunossupressoras e por isso são prescritos para doenças de base imunológica como
asma, artrite reumatoide, esclerose múltipla, doença pulmonar obstrutiva crônica e colite
ulcerativa, bem como após transplantes de órgãos e no tratamento de linfomas.
Recentemente, a dexametasona (DEXA) tornou-se destaque no meio científico por ter
sido utilizada em pacientes em estado grave por infecção pelo corona vírus (Sars-Cov-2).
Apesar da eficácia na clínica, o uso em excesso está acompanhado de efeitos adversos
incluindo adelgamento da pele catabolismo muscular, osteoporose, catarata e hipertensão.
As alterações metabólicas como a resistência à insulina (RI) e a intolerância à glicose
estão entre os principais efeitos adversos no seu uso de rotina. Assim, há uma constante
busca por um GC ou molécula que apresente menos efeitos adversos do que os
disponíveis atualmente. Parte considerável destes efeitos adversos é mediada pelo
receptor de glicocorticoide (GR). Por conta disso, o GC sintético furoato de mometasona
(FM) parece ser um forte candidato. Foi demonstrado in vitro que o FM atua
preferencialmente sobre os receptores Farsenoid X (FXR). Sabe-se que, em ratos, o
tratamento com DEXA em excesso resulta em aumento da massa de células β em resposta
à RI causada pelo tratamento com o GC. Dessa forma, avaliamos se o tratamento com
FM por duas vias sistêmicas (o.g. e i.p.; 1 mg/kg por 7 dias) produz o mesmo efeito
conhecido da DEXA em ratos. Nossos resultados parciais revelam que os ratos tratados
com o FM pela via intraperitoneal tiveram maior massa de células β em relação ao grupo
controle, assim como ocorreu para os ratos tratados com DEXA, independente da via de
administração. Já os ratos tratados com FM pela via o.g. não tiveram nenhuma alteração
da massa de células β. Concluímos que a administração sistêmica do FM pela via o.g. se
mostra menos diabetogênica do que pela via intraperitoneal e as razões pelas quais esse
efeito se dá poderão corroborar a indicação deste fármaco como potencial substituto à
DEXA.
Description:
Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Departamento de Ciências Fisiológicas