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O conceito de identidade é, há muito tempo, amplamente discutido entre os filósofos. Desde questões lógicas até metafísicas (ontológicas) são envolvidas, inclusive de maneira interdisciplinar, o que é o caso desta pesquisa de Iniciação Científica. Foi analisada a necessidade da utilização do conceito intuitivo de identidade na física, em especial na física quântica (em que os objetos de estudo apresentam comportamentos contra-intuitivos e distantes daquilo que experienciamos costumeiramente), sendo também considerada a possibilidade de adotarmos outra definição. Esse questionamento foi fortalecido devido a supostas incoerências entre o que dizem as teorias físicas e a lógica e a matemática a elas subjacentes. A lógica clássica e a teoria usual de conjuntos (Zermelo-Fraenkel) - sobre as quais foi desenvolvido o formalismo matemático da física quântica - têm como consequência o Princípio de Identidade dos Indiscerníveis, segundo o qual não existiriam dois objetos completamente iguais. Em princípio, para serem dois objetos, deve haver alguma diferença em suas propriedades, caso contrário (na circunstância de serem idênticos), não seriam dois, mas apenas um objeto. A física, pelo contrário, descreve a existência de objetos indiscerníveis entre si, sendo vários, não apenas um, o que traz à tona a discussão filosófica sobre a identidade. Uma alternativa é a adoção de uma nova lógica/matemática, caracterizada pela ausência de generalidade na aplicação do Princípio de Identidade, a qual seja capaz de lidar com objetos indistinguíveis (como os estudados pela física quântica), o que parece ser mais compatível tanto lógica quanto ontologicamente com aquilo que nos diz a física. Porém, antes de partirmos para essa atitude um tanto quanto drástica, devemos avaliar se, de fato, estamos justificados em fazê-lo. |
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