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A mastite bovina é a doença mais frequente dos rebanhos leiteiros, causando grande impacto econômico para o setor. O tratamento da doença através do uso de antimicrobianos também pode acarretar na presença de resíduos no leite e contribuir para o desenvolvimento de bactérias resistentes, com consequências negativas à saúde humana. Neste contexto, o presente subprojeto, integrou um dos projetos do LABINAT (CCA/UFSC) que tinha como objetivo desenvolver novas alternativas para o tratamento da mastite bovina, através do desenvolvimento de nanofitoterápicos a base de plantas medicinais. Desse modo, nanoemulsões de macela e óleo de linhaça dourada desenvolvidas previamente foram incorporadas em hidrogéis a base de k-carragenana e mucilagem de linhaça para adequação da sua viscosidade, bem como para a liberação gradativa dos compostos ativos do extrato. Para isso, diferentes proporções de mucilagem de linhaça e k-carragenana (5:5, 7:3 e 8:2, m/m, respectivamente) (CM-5:5, CM-7:3 e CM-8:2) foram desenvolvidos e avaliados quanto a sua viscosidade e liberação dos compostos ativos do extrato de macela. As atividades in vitro antimicrobiana e citotóxica dos materiais desenvolvidos também foram avaliadas. Quanto a viscosidade, verificou-se que os hidrogéis bioativos gelificaram por volta de 37ºC, com viscosidade média de 1500 cP à 40ºC, temperatura corporal aproximada do animal. Os principais compostos identificados via cromatografia líquida de alta eficiência, no ensaio de liberação dos ativos (2 a 72 h), foram 3-O-metil-quercetina e achyrobichalcona., não tendo havido diferenças entre os hidrogéis quanto aos teores liberados. No mesmo ensaio, a turbidez do meio de liberação foi determinada via UV-Vis (300 nm), como estimativa da degradação dos mesmos. Os valores máximos de absorbância foram encontrados em 24 h para o hidrogel CM-5:5 (m/m) e em 48 h para os hidrogéis CM-7:3 e CM-8:2 (m/m). Os hidrogéis bioativos desenvolvidos mostraram atividade antimicrobiana, através do teste de microdiluição em caldo, contra S. aureus meticilina resistente. As Concentrações Inibitória Mínima (CIM) encontradas foram 625 µg/mL para os hidrogéis CM-7:3 e CM-8:2 (m/m) e 312 µg/mL para o CM-5:5 (m/m). A curva de crescimento bacteriano mostrou atividade antimicrobiana dos hidrogéis por até 8 h após a adição do inóculo. No ensaio de citotoxicidade, verificou-se que não houve redução da viabilidade das células epiteliais mamária bovina (linhagem MAC-T) após exposição aos hidrogéis não carregados com a nanoemulsão de macela. Essa combinação de resultados mostrou que os hidrogéis bioativos desenvolvidos foram adequados à liberação prolongada dos ativos antimicrobianos da nanoemulsão de macela, com potencial de aplicação na terapêutica da mastite bovina. Os resultados encontrados sustentam a segurança da avaliação do seu uso in vivo, representando uma alternativa de controle da mastite aos sistemas de produção orgânico e ou agroecológico. |
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