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Introdução: O cardiopata congênita apresenta maior risco de mortalidade precoce por doença cardiovascular. O consumo alimentar de gordura saturada é fator de risco para doenças cardiovasculares. Porém, pouco se sabe sobre as consequências do elevado consumo de gordura saturada total e proveniente de diferentes fontes alimentares em crianças e adolescente com cardiopatia congênita. Objetivos: Investigar a associação entre gordura saturada total e proveniente de diferentes fontes alimentares e aterosclerose subclínica e outros fatores de risco em crianças e adolescentes com cardiopatia congênita previamente submetidos a procedimento terapêutico. Métodos: Estudo transversal com crianças e adolescentes com cardiopatia congênita de 5 a 18 anos de idade que realizaram procedimento cardíaco. O consumo de gordura saturada foi obtido por meio de recordatório 24 horas, e foi classificado de acordo com a fonte alimentar em animal, vegetal ou ultraprocessado descrito em percentual de energia diário (%/E/d). Os fatores de risco cardiovasculares avaliados foram excesso de adiposidade central, proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us) e risco para aterosclerose subclínica, avaliada pela espessura média-intimal da carótida (EMIc). Os fatores de risco cardiovasculares foram avaliados isolados ou agrupados em PCR-us alto risco e excesso de adiposidade central ou, PCR-us alto risco e risco para aterosclerose subclínica. Realizou-se regressão logística multivariada para avaliar a associação do consumo de gordura saturada total e proveniente de diferentes fontes alimentares e fatores de risco cardiovasculares, expressa em Odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC) de 95%. Valor de p<0,05 foi considerado significativo. Resultados: Foram avaliados 232 crianças e adolescentes com mediana de idade de 10,02 [intervalo interquartil: 7,09;13,05] anos. A prevalência de excesso de adiposidade central foi de 24,6%. O consumo médio de gordura saturada total foi 11,00 (desvio padrão: 1,21) %/E/d. O consumo médio de gordura saturada total (12,26 %/E/d) e gordura saturada animal (5,99 %/E/d) foram associados com risco para PCR-us alto risco e excesso de adiposidade central agrupados. O consumo de gordura saturada total (OR 4,52; IC95% 2,52-8,09; p<0,001), gordura saturada de fonte animal (OR 2,99; IC95% 1,78-5,01; p<0,001) e gordura saturada de fonte ultraprocessado (OR 4,05; IC95% 2,00-8,18; p<0,001) foram considerados fatores de risco para o aumento da odds para excesso de adiposidade central. Foi observado que o consumo de gordura saturada vegetal foi fator protetor para excesso de adiposidade central (OR 0,49; IC95% 0,28-0,87; p=0,02). Não houve associação entre consumo de gordura saturada total e proveniente de diferentes fontes alimentares com o risco para aterosclerose subclínica. Conclusão: O consumo de gordura saturada de fonte animal e ultraprocessado foi fator de risco para o excesso de adiposidade central, enquanto gordura saturada de fonte vegetal revelou ser fator protetor para excesso de adiposidade central. Estes resultados apontam a necessidade de reduzir o consumo de gordura saturada de fonte animal e ultraprocessado para prevenção da obesidade e consequentemente aterosclerose subclínica. |
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