dc.description.abstract |
O sobrevivente do século XX é um homem dilacerado, o homem
da contemporaneidade, momento em que as visões totalizantes
(outra coisa são os totalitarismos) são colocadas em xeque, diante
de um mundo em constante mudança que só consegue dar conta,
quando dá, de pequenas partes, fragmentos, ruínas. Vestígios de
um passado que resta e sobrevive, um leque ainda fechado que está para ser aberto. Um arquivo vivo, na desordem do nosso cotidiano,que só pervive por meio de um contato. São sete os ensaios, de Andrea Gialloreto, Andrea Santurbano,
Enrico Testa, Fabio Pierangeli, Lucia Wataghin, Patricia Peterle e
Sergio Romanelli, reunidos neste volume bilíngue, que demostram
a riqueza e a vitalidade do Núcleo de Estudos Contemporâneos de
Literatura Italiana (NECLIT).7 Todos eles, de algum modo, trazem
para o debate a relação entre literatura e pensamento, colocando a
problemática da linguagem como um elemento central na produção
italiana do segundo pós-guerra em diante. Por meio da leitura crítica
e articulada de textos de Antonio Tabucchi, Silvio D’Arzo, Gianni Celati, Angelo Maria Ripellino, Giuseppe Ungaretti, Blaise Cendrars,
Giorgio Manganelli, Juan Rodolfo Wilcock, Italo Calvino, Rina Sara
Virgillito, em diálogo com Emmanuel Lévinas, Giorgio Agamben, José
Bergamín, Maurice Blanchot, Émile Benveniste, Walter Benjamin,
dentre outros, os ensaios trazem à luz uma rica experiência de
diálogo e troca intelectual entre universidades brasileiras e italianas,
no qual ecoa a convergência e sintonia de pesquisas e trabalhos,
sem, contudo, configurar uma unidade estática de pensamento. É a
partilha das atividades de pesquisa e as diferentes experiências com e
pela literatura e pensamento italiano, o ponto alto deste livro. |
pt_BR |