Abstract:
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O Movimento Escola Sem Partido (ESP) e, posteriormente, o Projeto de Lei Escola Sem Partido, surgem para corroborar e instrumentalizar determinados partidos políticos, segmentos religiosos fundamentalistas e camadas empresariais, com a finalidade de institucionalizar a censura nas escolas, criminalizar os professores e consequentemente desvalorizar a classe profissional docente, intencionalmente, para levantar a bandeira “moral” dos pacotes e planos educacionais que vêm sendo implantados. O presente trabalho tem como objetivo investigar o Movimento ESP, assim como os projetos de leis que foram protocolados e tramitam na câmara (2015 a 2019). Esse projeto, é denominado, como Escola da Mordaça, por setores progressistas que formulam a crítica ao mesmo. A censura já está atuando nas escolas como forma de intimidar, perseguir e criminalizar os professores, por detrás de um discurso “marqueteiro” de combater a chamada ideologia de gênero, a suposta neutralidade do ensino bem como aquilo que eles denominam como “doutrinações ideológicas” presentes nos conteúdos abordados por professores em sala de aula. Esse projeto e movimento são perigosos e desastrosos para a classe trabalhadora e o conjunto dos professores, em que uma narrativa da existência de ensino neutro proíbe o professor de dar a sua opinião, ou de abordar determinados assuntos e, se coloca na contramão do debate e na elaboração do pensamento crítico dos estudantes. O presente trabalho também levanta questionamentos às propostas descritas nos PL, sobretudo a prática de censura dentro da sala de aula e a liberdade de cátedra, reflete sobre o que está ocultado no ESP disfarçado e vestido de uma narrativa para proteger a família cristã e resguardar os valores morais da sociedade brasileira, como se fosse possível determinar um denominador comum para o diverso contexto histórico e social do nosso país. Para desenvolver este trabalho dialoguei com autores que versam sobre o tema, pesquisei em blogs, páginas da internet, redes sociais e demais movimentos que se posicionam pró movimento e as que se opõe a esse projeto que, na atual conjuntura política, coloca a educação em retrocesso |