Desconstruindo vulnerabilidade : a resistência de mulheres congolesas migrantes em face às desigualdades interseccionais da sociedade brasileira

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Desconstruindo vulnerabilidade : a resistência de mulheres congolesas migrantes em face às desigualdades interseccionais da sociedade brasileira

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Title: Desconstruindo vulnerabilidade : a resistência de mulheres congolesas migrantes em face às desigualdades interseccionais da sociedade brasileira
Author: Morais, Rafaela Julich
Abstract: Esta pesquisa é um estudo qualitativo sobre a tríade migrações-gênero-raça e versa sobre os mecanismos de resistência de mulheres congolesas diante das discriminações interseccionais presentes na sociedade brasileira. Quando se observa a interseccionalidade entre as questões de gênero, raça, etnia e nacionalidade no processo migratório de mulheres, percebe-se o caso da República Democrática do Congo emblemático: a conjuntura política do país é instável desde a independência do domínio colonial, o que corrobora ao desencadeamento e renovação de conflitos em diversas regiões. Ademais, seu contexto histórico é marcado pela violência estrutural contra mulheres, o que acarreta na marginalização deste gênero na sociedade. O cenário de assentamento de refugiadas negras no Brasil mostra-se igualmente desafiador, pois as discriminações interseccionais concorrem para a subalternização e vulnerabilização de migrantes negras. Assim sendo, o trabalho procura responder a seguinte pergunta: quais são os mecanismos de resistência encontrados pelas congolesas ante as violências interseccionais manifestadas na sociedade brasileira? Em última instância, este estudo levanta como pano de fundo o protagonismo de migrantes negras e desmantela o imaginário hegemônico sobre estas mulheres, que por vezes são retratadas como vítimas desprovidas de agência. É relevante registrar que o estudo da migração congolesa a partir das interseccionalidades gênero-raça como variável que exclui, social e economicamente, migrantes negras no Brasil é inédito no campo das Relações Internacionais. A pesquisa provou hipótese de que, apesar das múltiplas violações, as congolesas têm protagonizado ações nas sociedades de acolhida e de origem por intermédio do ativismo político e social em prol dos direitos da mulher e dos direitos humanos. As plataformas predominantes de atuação feminina englobam a organização de ações e a articulação com redes formadas por organismos governamentais e não-governamentais. Por fim, o estudo tem como metodologia o levantamento de fontes secundárias (bibliográficas, documentais, estatísticas), além da coleta de dados a partir da pesquisa de campo (entrevistas semiestruturadas com migrantes congolesas e observação participante).Abstract: This research is a qualitative case study on the triad migration-gender-race and it exposes the resistance mechanisms of Congolese women in face of the intersectional discriminations present in Brazilian society. When the issues of gender, race, ethnicity and nationality are observed in the migratory process of women, the case of the Democratic Republic of the Congo is emblematic: the country's political condition has been unstable since its independence of colonial rule and corroborates to the renewal of conflicts in several regions. In addition, its historical context is marked by structural violence against women, which leads to the marginalization of this gender in society. The scenario of settlement of black refugees in Brazil is equally challenging, since intersectional discrimination contributes to the subalternization and vulnerability of black women in general. Thus, the dissertation seeks to answer the following question: what are the mechanisms of resistance encountered by Congolese women in the face of the intersectional violence manifested in Brazilian society? Ultimately, this study raises as a backdrop the protagonism of black migrants and tries to dismantle the hegemonic imaginary about these women, who are sometimes portrayed as victims devoid of agency. It is important to note that the study of Congolese migration and gender-race intersectionalities as a variable that excludes black women migrants in Brazil is unprecedented in the field of International Relations. The research proved the hyptotesis that, despite the multiple violations, Congolese women are active agentes, both in host and home societies, through political and social activism for women's rights and human rights. The predominant platforms for female participation include the organization of actions and the articulation with networks formed by governmental and non-governmental organizations. Finally, the study has as a methodology the collection of secondary sources (bibliographies, documentaries, statistics), as well as data collection from field research (interviews with Congolese migrants and participant observation).
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, Florianópolis, 2019
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214566
Date: 2019


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