Comparação entre diferentes classificações de incapacidade funcional para predição de longevidade em idosos

DSpace Repository

A- A A+

Comparação entre diferentes classificações de incapacidade funcional para predição de longevidade em idosos

Show full item record

Title: Comparação entre diferentes classificações de incapacidade funcional para predição de longevidade em idosos
Author: Ono, Lariane Mortean
Abstract: A incapacidade funcional é definida como a dificuldade ou necessidade de ajuda que um indivíduo possui para realizar atividades cotidianas necessárias para vida independente. Existem na literatura diversas escalas e questionários para avaliar e classificar a incapacidade funcional, porém, não há consenso sobre qual a melhor forma de fazê-lo, especialmente em idosos da comunidade. A presente tese teve por objetivo estimar a incapacidade funcional dos idosos residentes em Florianópolis, utilizando diferentes critérios de classificação, e comparar essas classificações na predição de longevidade da amostra estudada. Para isso, foram utilizados dados do Estudo EpiFloripa Idoso, estudo de coorte prospectivo, de base populacional, realizado em Florianópolis ? SC, com 1702 idosos entrevistados em 2009/2010 (linha de base), e acompanhados ao longo de dois seguimentos (2013/2014 primeiro seguimento e 2017/2018 segundo seguimento). A incapacidade funcional foi investigada pela dificuldade autorreferida em realizar 15 atividades de vida diária (AVD) avaliadas no estudo (oito básicas e sete instrumentais). As questões arguiam sobre a dificuldade em realizar cada uma delas, com quatro opções de respostas possíveis: nenhuma dificuldade (0), pouca dificuldade (1), muita dificuldade (2) e não realiza (3). Três classificações diferentes de incapacidade foram comparadas. As classificações um e dois foram baseadas no número de atividades que os idosos apresentam algum grau de dificuldade. A primeira de forma dicotômica: não (sem dificuldade para realizar qualquer atividade) ou sim (dificuldade em realizar uma ou mais atividades); a segunda com três categorias de resposta: não (sem dificuldade para realizar qualquer atividade), incapacidade leve (dificuldade em uma a três atividades), ou incapacidade moderada/grave (dificuldade em 4 ou mais atividades). A classificação três, proposta com base em escores obtidos via Teoria de Resposta ao Item (TRI), foi categorizada em: sem incapacidade, incapacidade leve (algum grau de incapacidade para subir um lance de escadas, cortar as unhas dos pés e fazer a limpeza da casa), incapacidade moderada/grave (algum grau de incapacidade para deitar e levantar da cama, andar no plano, tomar banho, vestir-se, andar perto de casa, preparar refeições, subir um lance de escadas, sair de ônibus ou táxi, fazer comprar, cortar as unhas dos pés e limpar a casa, ou incapacidade em realizar todas as atividades com necessidade de cuidados). O tempo até o óbito foi definido como o tempo em meses entre a data inicial de acompanhamento até a data do evento (óbito) ou censura. Modelos para estimar a sobrevida e o risco de óbito associado às diferentes classificações de incapacidade funcional foram realizados utilizando o método de Kaplan-Meier e regressão de Cox. Em todos os modelos de análise, foi adotada significância estatística para erro tipo I de 5%. As análises foram conduzidas no pacote estatístico Stata 13.0, utilizando os pesos amostrais e levando em consideração o delineamento do estudo, e no software Multilog versão 7.0 (Informer Technologies, Inc). A porcentagem de sobrevida média da amostra foi de 75,7% ao final do acompanhamento. O tempo máximo de acompanhamento foi de 107 meses. Nas análises brutas, a incapacidade nas AVD apresentou associação com a sobrevida dos idosos e elevou o risco de óbito, quando comparados aqueles sem incapacidade, em todas as classificações analisadas. Após ajustes, apenas na classificação dois a incapacidade moderada/grave manteve-se associada (HR: 1,7; IC95%: 1,0-2,8). Na classificação três, tanto a incapacidade leve (HR: 1,8; IC95%: 1,2-2,6) quanto a moderada/grave (HR: 3,5; IC95%: 2,0-6,2) mantiveram associação com o risco de óbito. A incapacidade funcional é importante marcador de saúde entre idosos e está relacionada ao maior risco de óbito. Em todas as classificações analisadas, quanto maior o grau de incapacidade, maior o risco de óbito. A classificação três foi a que melhor detectou alterações nos diferentes níveis de incapacidade e que apresentou maior magnitude de efeito nas análises.<br>Abstract : Functional disability is understood as the difficulty or need for help that an individual has to perform daily activities necessary for independent living. There are several scales and questionnaires in the literature to evaluate and classify functional disability however there is no consensus as how the best way to do it, especially for older adults in the community. The aim of this thesis was to estimate the functional disability of the older adults living in Florianópolis, using different classification criteria, and to compare these classifications on the longevity prediction on the studied sample. For this, data from the EpiFloripa Ageing Cohort Study, a population - based prospective cohort study, was carried out in Florianópolis - SC, with 1702 older adults interviewed in 2009/2010 (baseline) and followed up (2013/2014 first follow up and 2017/2018 second follow up). Functional disability was investigated by the self-reported difficulty in performing 15 activities of daily living (ADL) evaluated in the study (eight basic and seven instrumental). The questions argued about the difficulty in accomplishing each of them, with four possible answers: no difficulty (0), little difficulty (1), much difficulty (2) and do not perform (3). Three different classifications of disability were compared. Classifications one and two are based on the number of activities that the older adults have any level of difficulty. The first is dichotomous: no (without disability to perform any activity) or yes (disability to perform one or more activities); the second with three response categories: no (no disability to perform any activity), mild disability (disability in one-to-three activities), or moderate / severe disability (disability in 4 or more activities). Classification three, proposed based on scores obtained through Item Response Theory (IRT), is categorized into: no disability, mild disability (some degree of disability to climb a flight of stairs, cutting toenails and clean up of the house), moderate / severe disability (some degree of disability to getting in/out of bed, walking in the straight, showering, dressing, walking close to home, preparing meals, climbing a flight of stairs, getting off a bus or taxi, shopping, cutting toenails and doing the house cleaning, or disability to perform all activities in need of care). The time to death was defined as the time in months between the first interview to the date of the event (death) or censorship. Models for estimating survival and risk of death associated with different classifications of functional disability were performed using the Kaplan-Meier method and Cox regression. All statistical models used statistical significance for Type I error of 5%. The analyzes were conducted in Stata 13.0 statistical package, using the sample weights and taking into account the study design, and in Multilog software version 7.0 (Informer Technologies, Inc). The overall survival of the sample was 75.7%. The maximum follow-up time was 107 months. In the crude analyzes, ADL disability was associated with survival of the older adults and increased the risk of death, when compared to those without disability, in all classifications analyzed. After adjustments, in classification II only moderate / severe disability remained associated (HR: 1.7; 95% CI: 1.0-2.8). In classification III, both mild (HR: 1.8; 95% CI: 1.2-2.6) and moderate / severe disability (HR: 3.5; 95% CI: 2.0-6.2) maintained association with the risk of death. Functional disability is an important marker of health among the older adults and is related to an increased risk of death. In all the analyzed classifications, the greater the degree of disability, the greater the risk of death. The classification three was the one that best detected different levels of disability and that presented greater magnitude of effect in analyzes.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2019.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214635
Date: 2019


Files in this item

Files Size Format View
PMED0263-T.pdf 2.037Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show full item record

Search DSpace


Browse

My Account

Statistics

Compartilhar