Identificação de jovens atletas promissores no futebol: as escolhas do treinador estão associadas com caraterísticas maturacionais, antropométricas e as indicadores de desempenho (físico, técnico e tático)?

Abstract

O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho tático, técnico, físico e a antropométria de jovens jogadores de futebol ranqueados por treinadores como promissores (P), intermediários (I) ou pouco promissores (PP) do ano e da carreira, ao controlar o efeito da maturação. A amostra possui 53 jogadores da categoria sub-15 (14,86 ± 0,25) e 3 treinadores. Os treinadores realizaram rankings dos P, I e PP do ano, e outro da carreira. Os jogadores realizaram avaliações físicas, técnicas, antropométricas e de conhecimento tático declarativo (CTD), além dos jogos reduzidos (JR) entre P e PP. A análise de covariância (ANCOVA) foi utilizada para verificar o efeito da maturação; para as comparações entre os grupos, a análise de variância (ANOVA) one-way¬; e, para concordância entre os rankings e as avaliações, o índice kappa. O nível de significância de 5% foi adotado. A maturação possui efeito sobre as avaliações de velocidade de 10 (F = 8,06; p = 0,01) e 30 metros (F = 5,13; p = 0,02). Os P do ano apresentaram maior velocidade de drible do que os I (p = 0,01). O ranking do ano apresentou concordância razoável com o teste de CTD (k = 0,24; p = 0,01). Nos JRs do ano, os P percorreram maiores distâncias de 0-6 km/h-1 (p = 0,03), > 19,1 km/h-1 (p = 0,01) e > 14,1 km/h-1 (p = 0,04), além de apresentarem mais passes de ataque (P) (p = 0,01) e bolas de ataque (AB) (p = 0,01), enquanto os PP apresentaram maior passes neutros (NB) (p = 0,03). Nos JRs da carreira, os PP apresentaram maior distância percorridas em 9,1-11,0 km/h-1 (p = 0,02), porém realizaram menos passes certos (p = 0,02), toques na bola (p = 0,01), envolvimentos com a bola (p = 0,01), P (p = 0,01), finalização bem-sucedida (p = 0,03), bolas recebidas (p = 0,01), AB (p = 0,01) e volume de jogo (p = 0,01). Os minutos jogados durante o ano dos PP foram menores do que dos P (p = 0,01) e I (p = 0,01). Os P, I e PP não se diferenciam na antropometria e no desempenho físico e tático. Os jogadores avaliados são homogêneos quanto à maturação. A avaliação subjetiva do treinador se mostrou confiável. As maiores diferenças foram observadas nos JRs.<br>

Abstract : The aim of this current study was to compare tactical performance, technical, physical and anthropometric characteristics of youth soccer players ranked by coaches as promising (P), intermediate (I) and less promising (LP) of the year and career in maturation control. The sample has 53 under 15 soccer players (14.86 ± 0.25) and 3 coaches. The coaches made a ranking of the P,I and LP of the year and another of the career. The players performed physical, technical, anthropometric and declarative tactical knowledge (DTK) assessments, the small sided games (SSG) as well between P and LP. The covariance analysis (ANCOVA) was used to verify the maturation effect, for comparisons between the groups of one-way variance analysis (ANOVA) and for concordance between the rankings and the ratings the kappa index. The significance level of 5% was adopted. The maturation influenced the velocity evaluations of 10 (F = 8,06; p = 0,01) and 30 meters (F = 5,13; p = 0,02). The P of the year presented higher dribbling velocity than the I (p = 0,01). The ranking of the year presented fair agreement with the results of the DTK test (k = 0,24; p = 0,01). In the SSGs of the year the P more distance covered of 0-6 km/h-1 (p = 0,03), > 19,1 km/h-1 (p = 0,01) and > 14,1 km/h-1 (p = 0,04), besides presenting more offensive ball (P) (p = 0,01) and attack balls (AB) (p = 0,01), while LP presenting more neutral ball (NB) (p = 0,03). In SSG of career presented distance covered of 9,1- 11,0 km/h-1 (p = 0,02), however they realized less right passes (p= 0,02), touches the ball (p = 0,01), involvements with the ball (p = 0,01), P (p = 0,01), successfull shot (p = 0,03), receiving the ball (p = 0,01), AB (p = 0,01) and volume of play (p = 0,01). The minutes played during the year of LP were lower than those of P (p = 0,01) and I (p = 0,01). P, I and LP do not differ in anthropometric and physical and tactical performance. The evaluated players are homogeneous as to maturation. A subjective assessment of the coach proven reliable. As larger differences between the groups were observed in the SSGs.