A civilização estadunidense em homem e massa na América e vida e pensamento da América, de Johan Huizinga (1918-1927)

Abstract

O presente texto disserta sobre os escritos do historiador holandês Johan Huizinga em relação aos Estados Unidos da América, Homem e Massa na América, publicado em 1918, e Vida e Pensamento na América, publicado em 1927. O objetivo central da pesquisa é analisar a construção historiográfica do texto de Huizinga, expondo seus argumentos e referências para compreensão dos Estados Unidos como peça chave no desenvolvimento mais amplo da civilização moderna. Do século XIX à primeira metade do XX, interpretações diversas sobre o caráter da sociedade estadunidense e sua influência da (e na) cultura europeia floresceram nas ciências humanas, dividindo os acadêmicos interessados no assunto entre percepções diversas sobre o tema, que iam do mero elogio até a aversão completa à cultura do país. Huizinga certamente assumiu uma perspectiva crítica, ainda que se mostrasse fascinado por alguns aspectos da história dos Estados Unidos. Parte-se do entendimento de que Homem e Massa na América constituiu o primeiro exercício de criticismo cultural efetuado pelo autor, dando início a um esforço de compreensão da civilização moderna que o acompanharia até as suas últimas publicações. De forma resumida, pretende-se elaborar um apanhado geral dos escritos de Huizinga sobre os Estados Unidos, resgatando a complexidade de suas interpretações acerca do desenvolvimento histórico e cultural da sociedade norte-americana.

Abstract: The present text discusses the writings of the Dutch historian Johan Huizinga on the United States of America, Man and the Masses in America, published in 1918, and Life and Thought in America, published in 1927. The central objective of the research is to analyze the historiographical construction of Huizinga's text, exposing his arguments and references for understanding the United States as a key piece in the broader development of modern civilization. From the nineteenth century to the first half of the twentieth century, numerous interpretations of the character of American society and its influence on (and in) European culture flourished in the humanities, dividing scholars interested in the subject between diverse perceptions on the subject, which went beyond mere praise or complete dislike of the country's culture. Huizinga certainly assumes a critical perspective, although he was fascinated by some aspects of the history of the United States. We start from the understanding that Man and the Masses in America was the first exercise of cultural criticism made by the author, beginning an effort of understanding of the modern civilization that would accompany him until his last publications. In summary, it is intended to elaborate an overview of Huizinga's writings on the United States, recovering the complexity of his interpretations about the historical and cultural development of American society.