dc.description.abstract |
Além da importante relação com o desempenho aeróbio, a máxima fase estável de lactato (MFEL) e a potência crítica (PC) representam a transição do domínio pesado para o severo. Devido à dificuldade na determinação dessas intensidades, índices fisiológicos mensurados em testes incrementais têm sido utilizados na estimativa. A deoxihemoglobina muscular ([HHb]) derivada da espectroscopia de infravermelho próximo (NIRs) reporta a extração de oxigênio muscular, apresentando um platô na resposta durante teste incremental, identificando-se um ponto de quebra ([HHb]BP), que tem sido associado a MFEL. Esta associação, entretanto, ainda não foi determinada no remo, esporte no qual índices da segunda transição fisiológica têm superestimado a MFEL. A presente pesquisa teve como objetivo geral verificar a concordância entre a intensidade da MFEL e da PC com o [HHb]BP no músculo vasto lateral determinado em testes incrementais com diferentes tempos de estágio no remoergômetro. Ainda, verificar a correlação da MFEL, PC e [HHb]BP de ambos os incrementais com diferentes testes de desempenho. Quatorze remadores (idade: 26 ± 13 anos; massa corporal: 81,0 ± 7,6 kg; estatura: 1,82 ± 0,05 m; tempo 2000m: 415 ± 18 s) realizaram: I) avaliação antropométrica; II) INC3min, com carga inicial de 130 W, incrementos de 30 W, estágios de 3-min de exercício e 30-s de recuperação passiva; III) determinação da MFEL por meio de testes de 30 min de carga constante; IV) INC1min, com carga inicial de 130 W, incrementos de 15 W e estágios de 1-min sem pausa e V) determinação da PC por meio de testes de 500, 1000, 2000 e 6000m. A oxigenação muscular do vasto lateral dos remadores foi analisada pelo NIRs para determinação do [HHb]BP no INC3min ([HHb]BP3min) e INC1min ([HHb]BP1min), que foram comparadas com a potência da MFEL, PC e testes de desempenho. Os dados foram expressos em média ± DP. As comparações das médias foram realizadas a partir da diferença média (?) e da ANOVA oneway. Para analisar a concordância dos 30 índices de transição fisiológica determinados utilizouse o erro típico da estimativa (ETE). Ainda, as diferenças da MFEL e PC com o [HHb]BP1min e [HHb]BP3min a partir do Bland Altman. Utilizou-se correlação de Pearson para associação de todos os índices com a MFEL e na comparação da MFEL, [HHb]BP1min e [HHb]3min com o desempenho. Reportou-se o intervalo de confiança de 95% nas associações e na concordância dos índices fisiológicos com a MFEL. O nível de significância foi de p < 0,05. Apesar de não apresentar diferença média significativa, o [HHb]BP1min (204 ± 29W) e [HHb]BP3min (207 ± 29W) apresentaram baixa concordância com a MFEL (?: 8,4% e 13,1%; ETE: 15,3% e 15,6%) e entre si (ETE: 13,2%; LoA: -28,0 a 31,3%; r = 0,51). Ambos subestimaram a PC além da baixa concordância (?: -20,4% e -17,4%; ETE: 12,3% e 10,5%). A PC foi maior que a MFEL (?: 37,6%; ETE: 10,8%; Bias: -31,1%; p < 0,01). Os 18 índices da segunda transição fisiológica baseados na resposta do lactato sanguíneo, ventilação e frequência cardíaca superestimaram a MFEL (?: 12,5 a 44,9%; ETE: 5,6 a 14,3%), enquanto o LL2,0 (186 ± 27 W) e LV1 (193 ± 18 W) apresentaram as melhores concordâncias (ETE: 11,0% e 9,5%; ?: -2,3% e 4,0%). O tempo (r = -0,87) e potência média (r = 0,86) do teste de 1000m apresentou correlação muito grande com a MFEL. O [HHb]BP3min e [HHb]BP1min apresentou baixas correlações com os testes de desempenho. Conclui-se que apesar do [HHb]BP3min e [HHb]BP1min não apresentarem diferença significativa da MFEL, foi observado alta variabilidade sugerindo uma baixa correspondência entre esses índices. Ainda, a PC foi superior a [HHb]BP e MFEL. Levando em conta a melhor associação dos índices da primeira transição fisiológica com a MFEL, é possível que este marcador corresponda ao limite inferior do domínio pesado no remoergômetro.<br> |
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dc.description.abstract |
The maximal lactate steady state (MLSS) and critical power (CP) represent the transition from heavy to severe domain and present important relationship with aerobic performance. Due the difficults on determination of these intensities, physiological index derived from incremental tests has been used in estimation. The muscle deoxihemoglobin ([HHb]BP) derivated of near infrared spectroscopy (NIRs) report the muscle oxygen extraction, which present a plateau in response during incremental test, identifying a break point ([HHb]BP), that has been associated with some index of second physiological transition and MLSS. This association, however, has not yet been determined in rowing, sport in which index of second physiological transition overestimated the MLSS. The aim of the present study was to compare the MLSS and CP intensities with the [HHb]BP in vastus lateralis muscle in incremental test with (INC3min) and without (INC1min) recovery in rowing ergometer. In addition, to verify their correlation with performance. Fourteen rowers (age: 26 ± 13 years; body mass: 81.0 ± 7.6 kg; height: 1.82 ± 0.05 m; 2000m time: 415 ± 18 s) performed: I) anthropometric assessment; II) INC3min, with initial load of 130 W and 30 W exercise steps of 3-min and 30 s of passive recovery; III) MLSS determination, through 30-min constant load tests; IV) INC1min, with initial load of 130 W and 30 W exercise steps of 1-min without recovery and V) CP determination through 500, 1000, 2000 and 6000m tests. The vastus lateralis muscle oxygenation was measured by NIRs for determination of [HHb]BP in INC3min ([HHb]BP3min) and INC1min ([HHb]BP1min), that was compared with power of MLSS, CP and first and second physiological transition indexes derivate of blood lactate, heart rate, ventilation and performance tests. The data were expressed as mean and ± SD. The comparison were performed using ANOVA one-way. Pearson correlation with confidence intervals of 95%, mean difference (?) and typical error of estimate (TEE) for such indexes with significance level of p < 0.05. The [HHb]BP1min (204 ± 29W) and [HHb]BP3min (207 ± 29W) showed low correspondence from each other (?: -3.4%; TEE: 13.2%; r = 0.51), overestimated the MLSS (?: 8.4 and 13.1%; TEE: 15.3 and 15.6%) and underestimated the CP (?: -20.4% and -17.4%; TEE: 12.3% and 10.5%). The CP was higher than MLSS (?: 37.6%; TEE: 10.8%; p < 0.01). The 18 second transition indexes overestimated MLSS (?: 12.5 to 44.9%; TEE: 5.6 to 14.3%), while LL2,0 (186 ± 27 W) and VT1 (193 ± 18 W) presented the smallest TEE (11.0 and 9.5%) and ? (-2.3 and 4.0%), respectively, with magnitudes from trivial to medium. The time (r = -0.87) and mean power (r = 0.86) of 1000m test showed a very large correlation with MLSS. The [HHb]3min and [HHb]1min presented low correlations with performance tests. In conclusion, despite the [HHb]3min and [HHb]1min did not show significant diferences from MLSS, it was observed high variability with high TEE and mean difference that suggest a small correspondence between these indexes. In addition, the CP was higher than [HHb]BP and MLSS. Taking into account the better association of first physiological transition index with the MLSS, which clearly underestimated CP, it is possible that these markers correspond to the lower and the upper boundaries of the heavy domain on rowing exercise. |
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