Eu experiencial e eu recordativo: implicações para as finanças comportamentais

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Title: Eu experiencial e eu recordativo: implicações para as finanças comportamentais
Author: Campara, Jéssica Pulino
Abstract: As decisões dos agentes econômicos, diferentemente do que apregoa a Teoria da Utilidade Esperada, nem sempre maximizam sua utilidade total. Com os avanços da teoria comportamental foi evidenciado que as decisões são tomadas a partir de um mecanismo mental dual fundamentado na utilidade de decisão e utilidade experimentada, ou seja, nos dois eus: experiencial e recordativo. O eu experiencial é quem vivencia os momentos e o eu recordativo é aquele que realiza a avaliação retrospectiva baseada nas experiências do eu experiencial. Nesse processo, o eu recordativo é sujeito a erros de julgamento, tendendo a considerar, em suas avaliações dos diversos momentos vividos, apenas a intensidade do momento de pico e do momento final (regra do pico-fim). Essa dualidade na tomada de decisão tem diversas consequências e implicações. Por conseguinte, o objetivo central desta tese é investigar as implicações dos dois eus no comportamento humano considerando a satisfação global de vida (SGV), bem-estar financeiro (BEF) e preferência pelo risco. Como objetivos específicos destacam-se: i) avaliar se a regra do pico-fim prediz a avaliação retrospectiva da satisfação global de vida e do bem-estar financeiro; e ii) explorar a relação entre os sistemas cognitivos (1 e 2) e os dois eus considerando a preferência pelo risco. Para atingir tais objetivos utilizou-se dois experimentos de caso único. Os principais resultados do ensaio 1 indicam que o eu experiencial é mais otimista em suas avaliações do que o eu recordativo. A renda impacta a SGV momentânea, mas não a recordativa; por outro lado, ao se tratar de BEF, ela gera impacto momentâneo e recordativo. Ademais, maiores níveis de renda minimizam o efeito do BEF sobre a SGV momentâneo. E, finalmente, entende-se que a regra do pico-fim é um bom preditor da SGV e do BEF. No segundo ensaio, os resultados indicam que a preferência pelo risco é menor quando vivenciada do que quando recordada. Os indivíduos com maior capacidade cognitiva incorrem em menores erros de julgamento na avaliação retrospectiva, confirmando a relação entre os dois eus e os sistemas cognitivos, preenchendo uma lacuna teórica que ainda não havia sido confirmada empiricamente. E o fim é um bom preditor da preferência pelo risco, mas o pico não. Esses resultados contribuem, tanto para o cotidiano das pessoas (que ao conhecerem as raízes de suas decisões podem potencializá-las) quanto para as políticas públicas que podem ser melhor contextualizadas.Abstract: Decisions are made based on a dual mental mechanism based on decision utility and experienced utility, that is, on the ?two selves?: experiential and remembering. The experiential self is the one who experiences the moments and the remembering self is the one who performs the retrospective evaluation based on the experiences of the experiential self. In this process, the remembering self is subject to errors of judgment, tending to consider in its evaluations of the various moments experienced only the intensity of the peak and the final moments (the peak-end rule). This duality in decision making has several consequences and implications. Therefore, the main objective of this dissertation is to investigate the implications of the ?two selves? in human behavior considering global life satisfaction (SGV), financial well-being (BEF) and preference for risk. The specific objectives are: i) to assess whether the peak-end rule predicts the retrospective assessment of global life satisfaction and financial well-being; and ii) to explore the relationship between cognitive systems (1 and 2) and the ?two selves? considering the preference for risk. To achieve these objectives, two single case experiments were used. The main results of essay 1 indicate that the experiential self is more optimistic in its evaluations than the remembering self. Income impacts momentary SGV, but not the remembering one; on the other hand, when dealing with BEF, it generates momentary and remembering impact. In addition, higher income levels minimize the effect of BEF on SGV. And finally, it is understood that the peak-end rule is a good predictor of SGV and BEF. In the second trial, the results indicate that the preference for risk is lower when experienced than when remembered. Individuals with greater cognitive capacity incur in fewer errors of judgment in retrospective evaluation, confirming the relationship between the \"two selves\" and the cognitive systems, filling a theoretical gap that had not yet been confirmed empirically. And the end moment is a good predictor of risk preference, but the peak is not. These results contribute, both for the daily lives of people (who by knowing the roots of their decisions, can enhance them) also for public policies which can better contextualized.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Programa de Pós-Graduação em Administração, Florianópolis, 2020.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215989
Date: 2020


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