O GDE mudou a minha vida!: subjetividades na constituição de redes de resistência entre professoras egressas do Curso de Especialização em Gênero e Diversidade na Escola em Santa Catarina

Abstract

A especialização em Gênero e Diversidade na Escola - GDE foi uma política pública dos governos da Frente Popular (2002-2016) voltada à prevenção de violências e ao exercício de uma sociabilidade baseada no combate a hierarquias de gênero e respeito à diversidade, com ênfase específica nos espaços escolares e na prevenção de violências contra as mulheres, diversidades étnico-raciais e de gênero. No presente trabalho analisei os impactos da terceira edição do curso na UFSC (2015-2017) nas trajetórias profissionais e pessoais de egressas e egressos. A pesquisa foi realizada através de diversas metodologias de pesquisa (entrevistas, levantamento de dados de arquivos, grupos focais,levantamento de suas produções ao fim do Curso) e de análise (redes sociais, redes semânticas, temas dos TCCs). Partindo de pressupostos da teoria antropológica, com ênfase nos conceitos de subjetividade e redes sociais, refleti sobre as apropriações e interpretações que foram feitas pelas cursistas dos conceitos trabalhados no curso e em suas vidas profissionais e pessoais. Constatei, através da análise de redes semânticas , as associações e apropriações mais comuns e prováveis dos conceitos trabalhados no curso. Por fim, identifiquei que houve um impacto significativo em suas práticas profissionais e em situações de violência com as quais se deparam em sala de aula e no ambiente escolar, viabilizando ações bem sucedidas na solução desses conflitos e no encaminhamento de situações de violência e abuso identificadas no ambiente escolar.

Abstract : The specialization in Gender and Diversity at School - GDE was a public policy of the governments of the Popular Front (2002-2016) aimed at preventing violence and exercising a sort of sociability based on combating gender hierarchies and respecting diversity. It had specific emphasis in school spaces and in preventing violence against women, ethnic-racial and gender diversity. In the present work, I analyzed the impacts on the professional and personal trajectories of alumni of the third edition of the course at UFSC (2015-2017). The research was carried out through several research methodologies (interviews, data collection from archives, focus groups, survey of their productions at the end of the course) and analysis (social networks, semantic networks, themes of the TCCs). Starting from the anthropological theory, with an emphasis on the concepts of subjectivity and social networks, I reflected on the appropriations and interpretations that were made by the students of these concepts worked throughout the course, and appropriated in their professional and personal lives. I found, through the analysis of semantic networks, the most common and probable associations and appropriations of the concepts worked in the course. Finally, I identified that there was a significant impact on their professional practices and in situations of violence that they face in the classroom and in the school environment, enabling successful actions to resolve these conflicts and to address identified situations of violence and abuse in the school environment.