A metafísica e a semântica da ficção: uma abordagem artefactual

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A metafísica e a semântica da ficção: uma abordagem artefactual

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Conte, Jaimir
dc.contributor.author Lemos, Italo Lins
dc.date.accessioned 2020-10-21T21:30:37Z
dc.date.available 2020-10-21T21:30:37Z
dc.date.issued 2020
dc.identifier.other 369553
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216498
dc.description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2020.
dc.description.abstract Estamos frequentemente em contato com histórias de ficção. Costumamos ir ao cinema para assistir a um filme, ao teatro para apreciar uma peça ou a uma biblioteca para ler uma obra de literatura. Seja por profissão, ganho de capital cultural ou entretenimento, a nossa interação com a ficção constitui uma prática social que é tipicamente humana e que merece ser analisada filosoficamente. O meu objetivo nesta tese de Doutorado é investigar o fenômeno da ficção e fornecer uma introdução crítica à Metafísica dos objetos ficcionais e à Semântica do discurso ficcional. No primeiro capítulo mostro em consonância com Gregory Currie (1990) o que a ficção não é e em seguida forneço uma definição de acordo com a qual para criar uma obra de ficção um autor deve (i) narrar uma história em uma linguagem pública (ii) com a intenção de realizar o ato ilocucionário de criação de ficção e (iii) associar esse ato a um conjunto de práticas literárias e cinematográficas que chamo de ?instituição da ficção?. Sustento ainda neste capítulo, seguindo a perspectiva de Amie Thomasson (1999), que os objetos ficcionais são artefatos abstratos e que essa noção de abstracta difere de teorias ontologicamente carregadas como o Platonismo e o Meinonguianismo e é mais elegante que as teorias do fingimento e do faz-de-contas. No segundo capítulo respondo às objeções de Stuart Brock (2010) ao explicitar que os processos de dependência, criação, manutenção e possível destruição dos objetos ficcionais não são misteriosos, nem semelhantes ao criacionismo em sentido teológico. Para tanto argumento tomando como ponto de partida a teoria dos atos de fala de John Austin (1962/1990) que um autor cria um objeto ficcional através de um ato performativo e ao (iv) fornecer um nome, conjunto de descrições ou imagem a esse objeto. Ainda no segundo capítulo defendo a partir da perspectiva de Saul Kripke (1980, 1983/2013) e contra o descritivismo que um autor fixa a referência de um objeto ficcional quando cumpre os critérios (i-iv) e que a referência é passada para outros falantes através de uma cadeia histórica. Por fim, no terceiro capítulo introduzo com modificações o vocabulário que Alberto Voltolini (2006) e François Recanati (2018) estabeleceram entre declarações ficcionais, metaficcionais e paraficcionais e, contra as teorias do puro faz-de-contas, híbridas e algumas das novas teorias puramente referenciais, adapto a teoria dos adjetivos de Guillermo del Pinal (2015) ao caso da ficção e defendo que as declarações ficcionais e paraficcionais geram usos privativos, enquanto as declarações metaficcionais geram usos intersectivos do adjetivo ?ficcional?. Consequentemente, apesar de um objeto ficcional não exemplificar as propriedades que lhes são atribuídas em uma história ? pois um objeto abstrato não está no espaço e não pode interagir causalmente ?, essas são as propriedades que temos a permissão e a obrigação de atribuir ao objeto. Apresento portanto uma perspectiva parcimoniosa e elegante de como as nossas práticas relacionadas à ficção são inteligíveis e possibilito uma compreensão adequada de um fenômeno considerado ubíquo em nossa sociedade.
dc.description.abstract Abstract*: We are frequently in touch with fictional stories. We usually go to the cinema to watch a movie, to the theater to enjoy a play or to a library to read a work of literature. Whether by profession, gain of cultural capital or entertainment, our interaction with fiction is a social practice that is typically human and deserves to be analyzed philosophically. My objective in this PhD thesis is to investigate the phenomenon of fiction and provide a critical intro-duction to the Metaphysics of fictional objects and the Semantics of fictional discourse. In the first chapter I show, following Gregory Currie (1990), what fiction is not and then I pro-vide a definition according to which in order to create a work of fiction an author must (i) narrate a story in a public language (ii) with the intention of carrying out the illocutionary act of fiction-making and (iii) associate this act with a set of literary and cinematographic practices that I call the 'institution of fiction'. I still argue in this chapter, following the per-spective of Amie Thomasson (1999), that fictional objects are abstract artifacts and that such a notion of abstracta differs from ontologically loaded theories such as Platonism and Meinongianism, and is more elegant than the pretense and make-believe theories. In the second chapter I tackle Stuart Brock's (2010) objections by making explicit that the processes creation, maintenance in existence, destruction and ontological dependence of fictional objects are neither mysterious nor similar to theological creationism. I then establish as a starting point John Austin?s (1962/1990) speech act theory and argue that an author creates a fictional object through a performative act and when he (iv) provides a name, set of descriptions or an image to that object. Still in the second chapter I defend, following the perspective of Saul Kripke (1980, 1983/2013) and thus against descriptivism, that an author fixes the reference of a fictional object when he meets the criteria (i-iv) and that the reference is passed along to others through a historical chain of reference. Finally, in the third chapter I introduce and add modifications to the vocabulary developed by Alberto Voltolini (2006) and François Recanati (2018) regarding fictional, metafictional and parafictional utterances and, against the pure make-believe, hybrid and purely referential theories, I adapt Guillermo del Pinal's (2015) theory of modifying adjectives to the case of fiction and argue that fictional and parafictional utterances generate privative uses, while metafictional utterances generate intersective uses of the adjective 'fictional'. Consequently, although a fictional object does not exemplify the properties attributed to it in a story ? once an abstract object is not in space and cannot establish causal relations ? these are the properties that we are entitled and obliged to assign to a given fictional object. Therefore, I present a parsimonious and elegant perspective of how our practices regarding fiction are intelligible and prompt an adequate understanding of a phenomenon that is ubiquitous in our society. en
dc.format.extent 168 p.| il.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Metafísica
dc.subject.classification Análise (Filosofia)
dc.subject.classification Semântica
dc.subject.classification Ficção
dc.subject.classification Análise crítica do discurso
dc.title A metafísica e a semântica da ficção: uma abordagem artefactual
dc.type Tese (Doutorado)


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