Kant crítico de Buffon: das possibilidades e limites de uma história natural mecanicista ? do universo à lagarta

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Kant crítico de Buffon: das possibilidades e limites de uma história natural mecanicista ? do universo à lagarta

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Caponi, Gustavo Andrés
dc.contributor.author Ramos, Rodrigo
dc.date.accessioned 2020-10-21T21:32:34Z
dc.date.available 2020-10-21T21:32:34Z
dc.date.issued 2020
dc.identifier.other 369651
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216659
dc.description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2020.
dc.description.abstract A presente tese aborda parcialmente o diálogo que a obra de Immanuel Kant estabeleceu com a obra de Georges Louis Leclerc, Conde de Buffon, em matéria de História Natural, dedicando atenção especial à Cosmogonia e História Natural dos Seres Organizados. Tal abordagem foi empreendida a partir de duas perspectivas complementares: a perspectiva de uma História da Ciência preocupada em elaborar relato histórico com ênfase no contexto, problema, solução e marco teórico a partir do qual o problema foi levantado e a solução ensaiada, bem como de uma Filosofia da Ciência, dedicada a explicitar princípios, conceitos, bem como orientações e procedimentos que integraram o referencial teórico e metodológico subjacente ao fazer científico da época. O objetivo geral foi mostrar Kant como um crítico de Buffon em matéria de História Natural. Para consecução desse objetivo, a pesquisa desdobrou-se em duas partes. A primeira, destinada a apresentar o pensamento buffoniano, expondo o seu programa de pesquisa (cujo objetivo cognitivo privilegiado era lançar luzes sobre a origem, formação e organização de objeto natural), bem como sua História Natural do Sistema Solar e dos Seres Organizados. A segunda, dedicada a apresentar o pensamento kantiano, dando ênfase às críticas que afetaram o programa de pesquisa buffoniano, bem como sua cosmogonia e seu modo de entender e explicar os seres organizados. Defendeu-se que Kant foi um colaborador crítico à História Natural Buffoniana, pois pretendeu corrigir e ampliar tal edifício teórico tanto em seu aspecto físico quanto metafísico. Concluiu-se que Kant foi um crítico de Buffon na medida em que desferiu críticas ao ambicioso conjunto de objetivos cognitivos do programa de pesquisa buffoniano, mostrando o que era possível e impossível à razão humana, chamando-o à realidade. De acordo com Kant, a História Natural buffoniana podia pretender iluminar a origem, formação e organização de muitos objetos naturais. Entretanto, com os recursos teóricos e metodológicos disponíveis à época e aptos para tal tarefa, ela podia efetivamente pouco. Desferiu críticas à cosmogonia buffoniana, mostrando que o apelo a um choque era desnecessário, pois a origem, formação e organização de todo o Universo é compreensível quando se concebe a matéria, desde um estado inicial (dispersão total da matéria), relacionando-se mutuamente sob a ação da força de atração conforme leis mecânicas. As estruturas planetárias que constituem todo o edifício cósmico são produtos do operar ordinário da natureza. Um efeito geral (estrutura planetária) de uma causa geral (forças e leis naturais). Por fim, Kant desferiu críticas à História Natural dos Seres Organizados buffoniana (que recusava o apelo à teleologia), mostrando que para entender e interrogar sobre os seres organizados era necessário partir de uma determinada modalidade de conformidade a fim (teleologia), que faz pensá-los como fins naturais: objetos naturais cuja nota característica é produzir-se a si mesmo. O princípio fundamental de uma História Natural dos Seres Organizados não é o molde interior buffoniano, que ele considerou uma lei fundamental do mundo vivo, mas o conceito de ser organizado, princípio heurístico indispensável e condição de possibilidade para inteligir e interrogar sobre tais objetos naturais.
dc.description.abstract Abstract: This thesis partially approaches the dialogue that the work of Immanuel Kant established with the work of Georges Louis Leclerc, Count of Buffon, in the field of Natural History, with special attention to the Cosmogony and Natural History of organized beings. Such an approach was undertaken from two complementary perspectives: the perspective of a History of Science concerned with elaborating historical reports emphasizing on the context, problem, solution and theoretical framework from which the problem was raised and the solution tested; and the perspective of a Philosophy of Science, dedicated to explain principles, concepts, as well as guidelines and procedures that integrated the theoretical and methodological framework underlying the scientific work at that time. The overall objective was to show Kant as a critic of Buffon in the field of Natural History. To achieve this objective, this research was divided into two parts. The first, intended to present the Buffonian thought, exposing his research program (whose privileged cognitive objective was to shed light on the origin, formation and organization of the natural object), as well as his Natural History of the Solar System and organized beings. The second part was dedicated to present the Kantian thought, emphasizing the criticisms that affected the Buffonian research program, its cosmogony and way of understanding and explaining organized beings. The argument was that Kant was a critical contributor to Buffonian Natural History, as he intended to correct and expand the physical and metaphysical aspects of such a theoretical framework. It was concluded that Kant was a critic of Buffon as he criticized the ambitious set of cognitive objectives of the Buffonian research program, demonstrating what was possible and impossible to human reason, calling him to reality. According to Kant, Buffonian Natural History could claim to illuminate the origin, formation and organization of many natural objects. However, due to the theoretical and methodological resources available at the time and apt for such a task, there wasn?t much to be effectively done. He criticized the Buffonian Cosmogony, demonstrating the unnecessary appeal for a shock, since the origin, formation and organization of the entire Universe is understandable when conceiving matter, from an initial state (total dispersion of matter), relating to each other under the action of the attraction force according to mechanical laws. The planetary structures that constitute the entire cosmic framework are products of the ordinary operation of nature. A general effect (planetary structure) of a general cause (forces and natural laws). Finally, Kant criticized the Buffonian Natural History of the organized beings (that refused the appeal to Teleology), demonstrating that to understand and interrogate organized beings it was necessary to start from a certain modality of a natural purpose (Teleology), to think them as natural purposes: natural objects whose characteristic note is to produce itself. The fundamental principle of a Natural History of Organized Beings is not the Buffonian internal mold, considered a fundamental law of the living world, but the concept of being organized, an indispensable heuristic principle and a condition for the possibility to understand and question such natural objects. en
dc.format.extent 325 p.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Ciência
dc.subject.classification Ciência
dc.subject.classification História natural
dc.title Kant crítico de Buffon: das possibilidades e limites de uma história natural mecanicista ? do universo à lagarta
dc.type Tese (Doutorado)


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