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O objetivo do presente trabalho, que se coloca no contexto do desenvolvimento de uma Teoria Crítica do Presente, é compreender algumas das principais conexões entre o pensamento feminista interseccional afrodiaspórico, com ênfase nas contribuições de Angela Yvonne Davis e Lélia Gonzalez. Filósofa crítica feminista, Angela Davis é Professora Emérita do Departamento de Estudos Feministas da UCLA, EUA. Expressamente conhecida por seu ativismo histórico nas lutas antiprisionais e por direitos civis nos EUA na década de 1970, Davis teve estrita relação com Herbert Marcuse, considerada por ele a melhor estudante em seus 30 anos de magistério. Há que se frisar que sua teoria foi construída em contato com pensadores como Adorno, Oscar Negt e Marcuse, mas recorrendo a pensadores anteriores a eles, como Kant e Marx, além de várias referências do que hoje chamamos pensamento deocolonial. Relativamente na mesma época, Lélia Gonzalez - intelectual, ativista, antropóloga brasileira, dissertou em suas participações em seminários, congressos internacionais, e ainda na condição de professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO). Lélia se destacou nas décadas de 1970 a 1990 por suas contribuições na construção do feminismo negro brasileiro, e por sua crítica radical ao capitalismo, na construção das agendas do movimento negro brasileiro. Para Lélia, o capitalismo estruturava muitas das opressões sexistas e racistas. Também foi uma das primeiras pensadoras negras brasileiras a abordar as discussões de gênero, raça, classe, e outras intersecções de forma não segmentada. Ela compreendia que essas bandeiras atravessavam corpos de forma relacional, e a admissão das pluralidades de corpos negros implicaria na valorização da cultura afrobrasileira, bem como das religiões de matriz africana. Nesse sentido, este relatório busca apresentar algo das similaridades e divergências teóricas presentes no pensamento decolonial dessas duas autoras, e conclui que Davis exerceu influência significativa nas agendas feministas negras brasileiras nos últimos quatro anos, fato se deu em decorrência do exponencial protagonismo do movimento negro brasileiro, expressivamente liderado por mulheres. |
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