As receitas divulgadas como "saudáveis" em site brasileiro atendem as recomendações nacionais de alimentação saudável e são percebidas como tal pela população?

Abstract

Objetivo Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade nutricional de receitas culinárias disponíveis nas seções denominadas “saudáveis” em site de compartilhamento de receitas. Métodos Estudo transversal no qual foi escolhido um site no qual as receitas eram enviadas de maneira colaborativa e que apresentou uma seção com termos relacionados à saúde. A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro de 2019 a março de 2020, as receitas foram salvas em pdf e transcritas para um banco de dados no Microsoft Excel® com as informações encontradas: link de acesso, tempo de preparo, número de curtidas, comentários, ano do membro, tags, nome da receita, ingredientes e modo de preparo. As informações encontradas foram analisadas baseadas nas recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira conforme o grau de processamento e presença de características recomendadas para uma alimentação saudável. Para análise de dados, foi empregado a estatística descritiva. Resultados Foram analisadas 816 receitas, a classificação revelou que 3948 alimentos (67%) pertenciam ao grupo in natura/minimamente processados, 1320 (22,5%) grupo dos óleos, gorduras, sal e açúcar, 323 (5,5%) aos ultraprocessados e 295 alimentos (5%) ao grupo dos processados. A ausência dos ingredientes das respectivas categorias: Integrais (57%), Frutas (64,6%), Verduras (51,7%) e Leguminosas (92,5%), foi em maioria nas receitas. Considerando as outras categorias: Gorduras, Molhos, Temperos, Açúcares e método de cocção, todas apresentaram resultados satisfatórios, como um menor índice do uso de temperos e molhos prontos, ausência do uso de açúcares, uso exclusivo de óleos vegetais e azeites no lugar de manteiga e/ou margarina e menor uso de fritura em imersão. Conclusão Os resultados encontrados indicam que o site e as receitas analisadas estão seguindo as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira quanto ao consumo majoritário de alimentos in natura e minimamente processados, embora com baixa frequência de alimentos integrais, frutas, verduras e leguminosas nas preparações.