Abstract:
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A formação inicial dos professores tem um papel fundamental para a atuação com pessoas com
deficiência, uma vez que ela é o alicerce de toda a construção do profissional. Todavia,
constatou-se uma escassa produção científica sobre as experiências que ocorrem na formação
inicial para a atuação com pessoas com deficiência, despertando o interesse em pesquisar para
compreender sobre estas experiências, gerando a problemática da pesquisa: Quais e como são
as experiências voltadas para a atuação com pessoas com deficiência na formação inicial em
Educação Física, na percepção de formandos? A presente pesquisa, de caráter descritivo,
objetivou analisar as experiências voltadas para pessoas com deficiência, na formação inicial
em Educação Física, em universidades públicas de Florianópolis, na percepção dos formandos.
Como fonte de dados, foram feitas entrevistas semiestruturadas, com 10 acadêmicos do curso
de Educação Física de duas universidades públicas do município de Florianópolis. Os dados
foram interpretados com base no método de análise de conteúdo, proposto por Bardin (2011),
em que categorias foram criadas com base nos objetivos do trabalho que direcionaram o roteiro
de entrevista. Ao final do processo foi possível constatar que as experiências no ensino foram
as mais vividas pelos acadêmicos, todavia, no que se refere à pesquisa e à extensão, pouco se
teve de experiências voltadas para pessoas com deficiência. As maiores vivências nestes
âmbitos foram em cursos e palestras, mas estas participações não demonstraram agregar além
dos conteúdos das disciplinas do curso. Referente as contribuições e lacunas da formação
inicial, o estudo demonstrou que as contribuições ficam em torno do conteúdo teórico e das
experiências diretas com as pessoas com deficiência durante as disciplinas. Já como lacunas
são apontados o curto tempo para as disciplinas específicas para a temática; falta do conteúdo
em outras disciplinas (na UFSC); ausência de momentos práticos (na UDESC); ausência da
convivência de alunos com deficiência e alunos sem deficiência ao mesmo tempo. Por fim
percebeu-se que em relação ao sentimento de segurança dos formandos para atuarem com
pessoas com deficiência, os mesmos demonstraram percepções positivas perante à inclusão,
mencionando que estarão dispostos, caso tenham alunos com deficiência, a buscar conteúdos e
capacitação para atuarem de forma mais adequada para favorecer a inclusão destes alunos.
Diante do exposto, sugere-se que a organização do currículo e das próprias práticas de ensino
deveria voltar a atenção para os fatores de lacunas apontados pelos formandos. |