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Introdução: A Tuberculose é uma doença infectocontagiosa e crônica, tendo como agente etiológico a bactéria Mycobacterium tuberculosis. O Brasil ocupa o 18º lugar entre os 22 países com alta carga da doença, que são responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. Justificativa: Apesar da evolução nos tratamentos das últimas décadas, o controle da TB continua sendo um desafio para Saúde Pública. O Brasil, é hoje o único país da América Latina que aparece na lista dos 22 países do mundo com 82% do total dos casos diagnosticados, ficando em 17º posição. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), no Brasil, entre 2016 e 2017, houve 69.000 novos casos diagnosticados e cerca de 4.500 mortes, a Tuberculose é a primeira causa de morte dentre as doenças infecciosas nos pacientes com HIV/AIDS em nosso país, cerca de 62% dos casos (MS, 2015). Diante disso, torna-se importante analisar os dados epidemiológicos constantemente, a fim de contribuir com estudos futuros e orientar a construção de medidas de controle para melhoria da saúde pública da população. Objetivo: Compreender as influências dos aspectos sociais e clínicos na reincidência das internações por tuberculose em uma instituição de referência no período de 2014 a 2019. Método: Estudo retrospectivo, transversal, descritivo, cuja coleta de dados envolveu a Instituição, o Núcleo Hospitalar, o Núcleo de Epidemiologia (NHE) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de um hospital de referência do sul de Santa Catarina. Foi analisado quantitativamente os seguintes indicadores epidemiológicos: taxa percentual de tuberculose, tuberculose/HIV, taxa de evasão/abandono ao tratamento, e reinternação por tuberculose no período entre 2014 e 2019 nos registros do referido hospital. Resultados: Foram analisadas 1.419 fichas de notificações com diagnóstico de tuberculose, destas, 238 eram relacionadas às pessoas em situação de rua. Na análise multivariada foi possível observar que a maior taxa de internações e reiternações por Tuberculose na instituição de pesquisa está relacionado ao sexo masculino (n = 187), na faixa etária de 18 a 30 (n = 198), com o ensino fundamental completo, mas não o ensino médio (n = 188), e diagnóstico positivo de HIV (n = 131). Quanto à forma clínica 160 dos casos foi diagnóstico de tuberculose pulmonar. Ainda, foi registrado 62 notificações cujo seguimento foi considerado abandono de tratamento, 17 registros de alta por cura, 25 foram à óbito por tuberculose, e 134 pacientes casos foram referenciados aos centros de apoio para continuidade ao tratamento. Conclusão: Observa-se que as internações por tuberculose de pessoas em situação de rua estão relacionadas às condições de vulnerabilidade social e clínica, tornando difícil o sucesso na adesão ao tratamento da doença e causando uma reincidência frequente das internações na instituição. Assim, é necessário estudar os determinantes sociais relacionados à essa população e adequar as políticas públicas visando a integralidade do cuidado, considerando a individualidade dessa população. |
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