Programa saúde na escola: implementação e desafios na perspectiva de profissionais da atenção primária à saúde

Abstract

Introdução: As escolas são reconhecidas pelo seu papel importante na educação, aprendizado e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Assim, para contribuir com a formação integral e a qualidade de vida de crianças e de adolescentes, por meio de políticas públicas de saúde, surge o Programa Saúde na Escola, cuja intersetorialidade entre o setor saúde e o setor educação são fundamentais para o desenvolvimento das ações. O presente estudo tem como objetivo geral: Conhecer a implementação do Programa Saúde na Escola na perspectiva de profissionais de saúde e coordenadores de Centros de Saúde. Metodologia: pesquisa descritiva e exploratória de abordagem qualitativa, realizada em três Centros de Saúde de distintos Distritos de Sanitários do município de Florianópolis. Participaram da pesquisa sete profissionais: duas enfermeiras coordenadoras de Centros de Saúde, três enfermeiras da Estratégia de Saúde da Família, uma assistente social e uma técnica de saúde bucal. A coleta de dados ocorreu antes da pandemia de Covid-19, entre fevereiro e março de 2020, mediante um roteiro de entrevistas semiestruturado. As entrevistas foram áudio gravadas e, posteriormente transcritas. Para a análise dos dados utilizou-se o método de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: da análise de dados foram criadas três categorias principais: Programa de Saúde na Escola - o antes e depois; Facilidades e desafios no desenvolvimento do Programa de Saúde na Escola; Contribuições do Programa de Saúde na Escola e sugestões dos profissionais para a sua implementação. Os desafios enfrentados foram inúmeros destacando-se: dificuldades na articulação efetiva entre os profissionais da saúde e da educação; ausência da participação e integração dos profissionais da educação no planejamento e desenvolvimento das ações; falta de planejamento, de apoio e de articulação dos gestores do programa; escassez de recursos materiais e financeiros; déficit de Recursos Humanos; e alta demanda assistencial. Apesar dos desafios serem ressaltados, as facilidades e contribuições do Programa também foram reveladas, evidenciando a importância deste, ao exercer uma abordagem com foco na saúde de crianças de adolescentes de forma, integral, multiprofissional e intersetorial. Por fim, os participantes destacaram a necessidade de superar os obstáculos para o desenvolvimento e consolidação do Programa conforme proposto. Conclusão: destaca-se a necessidade de estreitar os laços entre os setores saúde/educação, realizar capacitações e orientações acerca do Programa, a fim de atualizar e conscientizar os profissionais sobre suas responsabilidades. Ademais, constata-se a necessidade de apoio, estímulo e articulação dos gestores, para que sejam alcançados os objetivos propostos pelo Programa.