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O aumento da sobrevida da população está acompanhado do predomínio de doenças, entre elas, as crônico-degenerativas, em especial a Doença de Alzheimer. A presença desses fatores, juntamente com o declínio fisiológico da saúde dos idosos, aumenta a necessidade de utilização dos serviços de saúde por complicações da própria doença do idosos, assim necessitando, algumas vezes, de um atendimento de urgência. Entre os serviços de urgência e emergência, destaca-se o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. A população idosa necessita de cuidados direcionados para tais situações, sendo importante o conhecimento dos profissionais para enfrentar os desafios do envelhecimento da população. Neste sentido, conhecer as especificidades destes atendimentos torna-se fundamental para o aprimoramento e melhoria da assistência prestada. Neste sentindo, o presente estudo teve por objetivo analisar o perfil dos atendimentos aos idosos com Doença de Alzheimer e demências similares realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Para tanto foi desenvolvido um estudo quantitativo, retrospectivo e transversal. A coleta de dados foi no SAMU da Grande Florianópolis, no período de agosto a setembro de 2020. Os dados foram coletados a partir das fichas de registro dos atendimentos realizados pelas unidades de suporte avançado, através da utilização de um instrumento elaborado especificamente para este fim, contendo as variáveis: ano de atendimento, sexo, idade, local de atendimento, município de atendimento, tipo de atendimento, doenças pré-existentes, ventilação, procedimentos invasivos, medicações e desfecho do atendimento. Foram incluídas na pesquisa todas as fichas de atendimento dos últimos três anos, de pacientes com idade a partir de 60 anos com alguma demência pré-existente. Os dados foram tabulados em planilhas no programa Microsoft Excel® e posteriormente importados para o SESTATNET, sendo analisados através de estatísticas descritivas. Como resultados do estudo identificou-se que de 2018 a 2020, foram registrados 4.932 atendimentos a idosos, sendo 220 (4,46%) com alguma demência. Houve predomínio de atendimentos a pacientes do sexo feminino, sendo 134 (60,91%) ocorrências. A faixa etária dos idosos atendidos prevaleceu entre 81 a 85 anos. Do total de idosos com demência atendidos, 152 (69,09%) apresentavam Doença de Alzheimer. Com relação às outras comorbidades pré-existentes, destaca-se a hipertensão arterial sistêmica com 107 (48,64%) seguido de diabetes mellitus com 52 (23,64%) pacientes. Os atendimentos ocorreram em sua maioria nas residências 118 (53,64%), com destaque no município de Florianópolis que registrou 83 (37,73%) atendimentos, sendo o principal desfecho o encaminhamento dos idosos para as Unidades Hospitalares 128 (58,18%). O atendimento do tipo clínico foi o atendimento mais realizado, sendo o agravo identificado como rebaixamento do nível de consciência 64 (20,09%). O procedimento invasivo mais realizado foi o acesso venoso periférico. A necessidade de suporte ventilatório deu-se em 73 (33,18%) atendimentos e a classe de medicamentos mais utilizada nas ocorrências foram os antieméticos. Os resultados apresentados neste estudo possibilitaram conhecer o perfil dos atendimentos a idosos com Doença de Alzheimer e demências similares, assim como os principais agravos e os cuidados em saúde realizados pela equipe do serviço móvel de emergência. Estes dados apontam para a realidade atual onde percebe-se não só um aumento das demandas dos serviços de urgência por idosos bem como alertam para a necessidade de que as equipes e serviços de saúde estejam preparados para atender demandas específicas como o caso das demências.
Descritores: Idoso. Demência. Doença de Alzheimer. Serviços Médicos de Emergência. Enfermagem. |
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