Abstract:
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A Política Nacional de Atenção às Urgências prevê a sua organização a partir de oito componentes, destacando as Unidades de Pronto Atendimento, objeto desta pesquisa. Essas unidades são estabelecimentos de saúde de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e os hospitais, compondo uma rede de atenção às urgências. O Acolhimento com Classificação de Risco representa uma das intervenções para reorganizar o atendimento dos serviços de urgência. O objetivo geral deste estudo é avaliar o Acolhimento com Classificação de Risco em Unidades de Pronto Atendimento, na perspectiva dos profissionais de saúde. Os objetivos específicos são: identificar as características dos profissionais de saúde participantes do estudo e avaliar o Acolhimento em relação às dimensões donabedianas. Pesquisa avaliativa, descritiva, com abordagem quantitativa, realizada em Unidades de Pronto Atendimento de Santa Catarina, uma do município de Florianópolis e outra de Itajaí. Participaram 14 enfermeiros e 24 médicos. Aplicou-se um questionário validado, adaptado para Unidade de Pronto Atendimento, desenvolvido com base nos conceitos donabedianos de avaliação em saúde, composto por duas partes: I - dados sociodemográficos dos participantes; e II - dimensões da tríade de avaliação - estrutura, processo e resultado. Essas dimensões possuem 21 itens, medidos por uma escala Likert. Estes dados foram analisados pelo Software Epi Info. Foram calculados os Rankings Médios (nível de satisfação, de 1 a 5) dos itens e a Pontuação Média das dimensões. A Pontuação Média corresponde a representatividade das dimensões, classificada de Ótima à Insuficiente (variando de 7 a 35,0). Dos 38 participantes do estudo, 24 e 14 eram das Unidades de Itajaí e de Florianópolis, respectivamente. A maioria médicos (n= 24), do sexo feminino (n=23), na faixa etária de 30 a 39 anos, casado (n=16), com atuação de 1 a 2 anos nas Unidades. Na dimensão Estrutura os resultados foram distintos. O Ranking médio dos itens conforto do usuário (4,1; 2,2), acolhimento do acompanhante (3,7; 1,9) e sinalização do ambiente (3,2; 2,1) foram mais positivos em Itajaí do que em Florianópolis. Já os itens ambiência acolhedora (3,6; 3,5), privacidade nas consultas (3,9; 3,0) e treinamento periódico (2,1; 1,6), receberam pontuações similares em ambas as Unidades. Na dimensão Processo, com maior Ranking médio, segurança e conforto do usuário (4,8; 4,4), e com menor, discussão sobre o fluxograma (2,0; 1,6). Com maior pontuação na dimensão Resultado está, a priorização dos casos graves (4,2; 4,8) e com menor, humanização do atendimento (2,8; 2,2). Quanto a Estrutura, Itajaí obteve Pontuação média de 23,8, enquanto Florianópolis 17,4. Nas dimensões Processo (24,5; 24,0) e Resultado (21,9; 21,9) as Unidades demonstraram semelhança na Pontuação média. O Acolhimento de Itajaí foi considerado Precário de acordo com a tríade de avaliação, e Florianópolis obteve representatividade Insuficiente na Estrutura e Precária nas outras duas dimensões. Considerando que nenhuma das dimensões avaliada pelos profissionais alcançou pontuação satisfatória, há que se planejar estratégias de enfrentamento dos aspectos negativos da estrutura, processo e resultado do Acolhimento com Classificação de Risco, visando atender os pressupostos da Política Nacional de Atenção às Urgências. |