A permanência de estudantes indígenas da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Title: A permanência de estudantes indígenas da Universidade Federal de Santa Catarina.
Author: Silveira, Beatriz
Abstract: Tendo em vista os relatos apresentados pelos estudantes indígenas acerca das suas relações cotidianas na universidade, durante o estágio obrigatório em Serviço Social no Serviço de Apoio ao Indígena e Quilombola, pesquisou-se sobre os elementos que incidem na permanência ou evasão destes estudantes, a fim de investigar as determinações da permanência e/ou evasão do/as estudantes indígenas da Universidade Federal de Santa Catarina; tendo por referência os que ingressaram entre 2008 e 2019 pelo processo seletivo suplementar específico para indígenas. Para tanto, foi necessário estudar sobre a formação sócio histórica do Brasil para apreender as determinações da atual situação dos povos indígenas, estudar sobre a educação no Brasil, para apreender as contradições da educação no modo de produção capitalista e refletir sobre a necessidade de uma educação emancipadora, investigar a política de permanência na universidade pública no Brasil, particularizando a permanência dos/as estudantes indígenas, de modo a apreender a configuração da permanência indígena na UFSC; realizar levantamento do índice de evasão dos estudantes indígenas e, por fim, identificar os determinantes que impactam na permanência ou desistência do/as estudantes indígenas. Realizou-se, então, uma pesquisa qualitativa. Diante disso, verificou-se que a expropriação da terra, das violências sofridas e marcadas pelo genocídio, etnocídio e memoricídio, assim como as violências de gênero, perpetuadas ao longo da história, impactam e geram conflitos ainda na atualidade e no cotidiano dos povos indígenas. Entendeu-se que a educação desempenha papel histórico no processo de apagamento e transculturação desses povos, agindo como ferramenta fundamental para a transformação das populações indígenas em classe trabalhadora alienada e sem memória; assim como as instituições universitárias são estruturadas de maneira a impedir que as políticas de permanência se efetuem de forma plena. Diante disso, constata-se que a evasão dos estudantes indígenas é resultado da estrutura elitista, colonialista, racista e excludente da educação no Brasil, bem como dos desmontes que esta vem sofrendo na atualidade. Apesar de algum avanço recente no sentido da sua inserção na Universidade, como as políticas de ações afirmativas, o seu ingresso não foi atrelado a uma política de permanência efetiva e que atenda às suas necessidades; desse modo, a continuidade desses estudantes na formação universitária e a sua conclusão passa, permanentemente, por um cabo de força entre a sua resistência coletiva, a educação elitista e o racismo institucional.In view of the reports presented by indigenous students about their daily relations at the university, during the mandatory internship in Social Work at the Indigenous and Quilombola Support Service, research was carried out on the elements that affect the permanence or evasion of these students, in order to investigate the determinations of the permanence and/or evasion of the indigenous students at the Federal University of Santa Catarina; with reference to those who entered between 2008 and 2019 through the supplementary selection process specific to indigenous. To do so, it was necessary to study the socio-historical formation of Brazil in order to understand the determinations of the current situation of the indigenous peoples, to study about education in Brazil, to understand the contradictions of education in the capitalist mode of production, and to reflect on the need for an emancipatory education, to investigate the policy of permanence in the public university in Brazil, particularizing the permanence of the indigenous students, in order to understand the configuration of the indigenous permanence in the UFSC; to carry out a survey of the evasion rate of the indigenous students and, finally, to identify the determinants that impact on the permanence or dropout of the indigenous students. A qualitative survey was then carried out. In view of this, it was verified that the expropriation of land, the violence suffered and marked by genocide, ethnocide, and memorization, as well as gender violence, perpetuated throughout history, impact and generate conflicts still in the present and in the daily life of indigenous peoples. It was understood that education plays a historical role in the process of erasing and transculturing these peoples, acting as a fundamental tool for the transformation of indigenous populations into an alienated working class with no memory; as well as university institutions are structured in such a way as to prevent the policies of permanence from being fully implemented. In the face of this, it is evident that the evasion of indigenous students is the result of the elitist, colonialist, racist, and exclusionary structure of education in Brazil, as well as the dismantling that it is currently undergoing. Despite some recent advances towards their insertion in the University, such as affirmative action policies, their admission has not been linked to a policy of effective permanence that meets their needs; thus, the continuity of these students in their university education and their conclusion is permanently affected by a tug-of-war between their collective resistance, elitist education, and institutional racism.
Description: TCC (Graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Socioeconômico. Serviço Social.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/220320
Date: 2020-11-27


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