"You can (not) call me monster": aesthetic and ethical monsters in the Harry Potter series

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo a análise dos monstros estéticos e éticos na série Harry Potter, de modo a compreender quais características classificariam os personagens como monstros. Com isso em mente, a hipótese a ser trabalhada aqui é que na série Harry Potter o monstro estético tende a ser mais discriminado pela sociedade bruxa do que os monstros éticos, porque a aparência é o que em última análise define os limites na negociação da relação entre humanidade e monstruosidade. Para a análise, foram selecionados alguns trechos dos sete livros da saga que ajudaram a ilustrar as características estéticas e éticas desses personagens, para entender se eles podem ser considerados monstros no que diz respeito a esses elementos. Junto com discussões acerca das características estéticas e éticas, temas sobre as fronteiras, miscigenação e alteridade foram fundamentais para a análise dos personagens. Identificou-se que os personagens que podem desequilibrar a sociedade bruxa não são discriminados por terem uma aparência humana comum, apenas quando julgados culpados de seus crimes. Os monstros estéticos aqui apresentados, embora sejam considerados monstros, nem sempre apresentam comportamento antiético, ao passo que monstros antiéticos podem viver dentro dessa sociedade sem levantar suspeitas.

Abstract: The present work aims to analyze the aesthetic and ethical monsters in the Harry Potter series, in order to understand which characteristics would classify the characters as monsters. With that in mind, the hypothesis here is that in the Harry Potter series the aesthetic monster tends to be more discriminated against by the witch society than the ethical monsters, because appearance is what ultimately defines the limits in negotiating the relationship between humanity and monstrosity. For the analysis, some excerpts from the seven books of the saga were selected to illustrate the aesthetic and ethical characteristics of these characters, to understand if they can be considered monsters in regard to these elements. Along with discussions about aesthetic and ethical characteristics, themes about borders, miscegenation, and otherness were essential for the analysis of the characters. The research identified that characters who can disturb the wizarding society are not discriminated against for having a common human appearance, only when found guilty of their crimes. The aesthetic monsters presented here, although they are considered monsters, do not always exhibit unethical behavior, whereas unethical monsters can live within that society without arousing suspicion.