Abstract:
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Introdução: O teste de triagem de drogas de abuso (TDA) urinário é utilizado no Brasil principalmente em serviços de informações e assistências toxicológicas, em circunstâncias de suspeita de intoxicação. O Centro de Informações e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox-SC) recebe amostras biológicas para triagem de drogas de todo o estado de Santa Catarina, auxiliando em diagnóstico e manejo desses casos.
Objetivos: Investigar as circunstâncias em que esse teste tem sido utilizado no estado de Santa Catarina e avaliar os impactos do resultado laboratorial nas orientações de manejo realizadas pelo Centro de Informação e Assistências Toxicológicas (CIATox/SC).
Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo de caráter quantitativo, com base nos registros de atendimentos do CIATOX-SC de julho a dezembro de 2018. Foram incluídos 335 atendimentos, com 11 variáveis (sexo, idade, agente intoxicante, circunstância da exposição, via de intoxicação, circunstância de solicitação do TDA, classificação inicial de gravidade, resultado do TDA, mudança após resultado, dosagem de substância, ponto máximo de gravidade do caso). Para análise dos dados, foi utilizado o programa Microsoft Excel 2013.
Resultados: A média de idade de atendimento foi 29,64 anos, com distribuição de sexo similar. O relato de intoxicação foi maior para benzodiazepínicos (42,85%), seguido de tricíclicos (20,30%) e cocaína/crack (20,30%). Nos 201 casos sem suspeita de agente intoxicante, o TDA foi detectável em 95 casos (47,26%), e destes, trouxe uma nova possibilidade diagnóstica ou de manejo em 52 (54,74%; 15,52% do total geral), Dos 56 casos com agente conhecido, 45 tiveram teste de triagem detectável, com 91,11% confirmando a exposição, sendo os restantes relacionados com exposição intrahospitalar ou com nova possibilidade diagnóstica sem mudança direta de conduta.
Conclusões: O presente estudo foi capaz de demostrar que o teste de triagem de drogas de abuso auxilia tanto em diagnóstico quanto manejo em cerca de 30% dos casos com agente desconhecido ou suspeito, e com menor contribuição em casos de agente conhecido (menos de 20% dos casos com mudança de diagnóstico e nenhum com mudança clínica direta). |