Gênero Eugenia (Myrtaceae): Potencial ação sobre o Sistema Nervoso em modelos in vitro e in vivo - Uma revisão sistemática

Abstract

O gênero Eugenia é um dos gêneros da família Myrtaceae com amplo uso medicinal, destacando-se seu emprego como hipoglicêmico, anti-hipertensivo, anti-inflamatório, e antidepressivo. O gênero compreende 1156 espécies amplamente distribuídas pela região equatorial do planeta, principalmente na América do Sul e sul do continente africano. Diante da importância medicinal deste gênero e a necessidade de implementação da terapêutica no que se refere a desordens que acometem o sistema nervoso, a busca por novas terapias e novas substâncias mais eficazes e com menos efeitos colaterais torna-se relevante. Neste sentido, o presente trabalho se propôs a realizar uma revisão sistemática, compilando potenciais efeitos de espécies vegetais do gênero Eugenia (Myrtaceae) em modelos in vitro, in vivo e clínico, correlacionando a composição fitoquímica e potencial ação sobre o sistema nervoso. A pesquisa foi realizada através das plataformas de busca de artigos científicos: PUBMED, Web of Science, Google Scholar, Scielo e Clinical trials no período entre 2000 a 2021. Os termos de busca utilizados foram: “Eugenia and (brain or nervous system or psychiatric disorders or analgesia or epilepsy or anticonvulsant for depression or anxiety or terpenoids of flavonoids) associando efeitos comportamentais e composição química dos constituintes. O vasto número de artigos encontrados nas bases de dados revelaram que muitas espécies do gênero Eugenia apresentam como fitoconstituintes componentes fenólicos e terpenos, destacando-se a presença do eugenol e sua correlação a benefícios em desordens como Doença de Alzheimer, depressão, ansiedade e epilepsia. Não se sabe ao certo o mecanismo de ação dos compostos isolados e identificados, contudo as pesquisas apontam que espécies do gênero Eugenia combatem danos oxidativos, eliminando espécies reativas de oxigênio e atuam em neurotransmissores como serotonina e dopamina. Frente ao potencial biológico observado e ausência de estudos clínicos que comprovem eficácia, estudos mais aprofundados com o intuito de investigar o papel terapêutico das diversas espécies do gênero Eugenia e sua aplicação na clínica tornam-se necessários.