PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR EM ANIMAIS NATURALMENTE INFECTADOS NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA

Abstract

A leishmaniose é uma doença infecciosa tropical negligenciada que representa um desafio significativo para a saúde global. O perfil epidemiológico é complexo devido à variedade de vetores, espécies de Leishmania e hospedeiros. Esta revisão sistemática sintetiza o perfil epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar (LT) em animais naturalmente infectados no Brasil. Tentamos as recomendações PRISMA. Para as fases de busca e elegibilidade foi utilizada a estratégia PECOS. As bases de dados LILACS, BIREME / OPAS, WoS e Pubmed foram utilizadas para recuperar os artigos potenciais. Para a fase de elegibilidade, os revisores cegos e independentes selecionaram os estudos com base nos critérios de inclusão e exclusão. Estudos publicados em português, inglês e espanhol foram recuperados e o tempo não foi limitado. Os dados do artigo foram extraídos em tabelas padronizadas. Pares de revisores realizaram todas as fases. Um especialista resolveu as discrepâncias. Quarenta e nove estudos foram incluídos. A maioria foi realizada nas regiões Norte e Sul do Brasil, e a maioria no Paraná. Quarenta e sete estudos relataram pelo menos um caso positivo de infecção natural por Leishmania. O animal mais capturado foi Canis lupus familiaris (cães), que também foi a espécie com maior número de positivos. Leishmania (Viannia) braziliensis foi a espécie responsável pela maioria das infecções detectadas. Os métodos diagnósticos mais utilizados foram, respectivamente, IFI, ELISA e PCR. A maioria dos casos ocorreu em áreas tropicais úmidas e com agricultura e remanescentes florestais. A taxa de infecção foi superior a 10% na maioria dos estudos. Os resultados mostram o papel desses animais no ciclo de transmissão de doenças em humanos e vetores. Como não há vacina valiosa e acessível para LT, a formulação e intensificação de estratégias públicas são necessárias para controlar a leishmaniose canina e outros animais.