Participação de crianças com paralisia cerebral que recebem fisioterapia convencional ou funcional: um estudo retrospectivo

Abstract

Objetivo: Comparar a participação social entre crianças com Paralisia Cerebral (PC) recebendo fisioterapia convencional ou funcional e crianças típicas. Métodos: Este é um estudo retrospectivo. Foram incluídas quinze crianças com PC e 33 crianças com desenvolvimento típico, com idades entre 5 e 13 anos. Avaliamos a participação por meio das dimensões aptidão física e psicológica, cuidados pessoais e saúde e habitação do questionário LIFE-Habits. Para classificar o tipo de fisioterapia, consultamos prontuários e entrevistamos terapeutas sobre as intervenções no ano anterior. As crianças com PC foram divididas em dois grupos: a) fisioterapia convencional, b) fisioterapia funcional. Aplicamos o teste de Mann-Whitney para análise de dados. Resultado: As crianças de ambos os grupos receberam terapia duas vezes por semana. A fisioterapia convencional incluiu técnicas de abordagem do neurodesenvolvimento, força, alongamento e exercícios de equilíbrio. A fisioterapia funcional incluiu o treinamento das habilidades da função motora grossa e fina. Todas as crianças com PC obtiveram pontuações mais baixas em cuidados pessoais e moradia quando comparadas às crianças típicas. O grupo que recebeu fisioterapia funcional apresentou maiores escores para a dimensão de condicionamento quando comparado ao grupo fisioterapia convencional. Conclusão: A fisioterapia funcional melhorou a participação apenas para a dimensão de condicionamento que inclui atividades treinadas durante as sessões de terapia.

Purpose: To compare participation between children with Cerebral Palsy (CP) receiving conventional or functional physiotherapy, and typically developed children. Methods: Retrospective study. This is a retrospective study. It included fifteen children with CP and 33 children with typical development, aged 5-13 years. We assessed participation using the LIFE-Hábitos questionnaire. We consulted records and interviewed therapists about interventions on the previous one year. To classify the type of physiotherapy, we consulted medical records and interviewed therapists about how interventions in the previous year. Children with CP were divided into two groups: a) Conventional Physiotherapy (FTC), b) Functional Physiotherapy (FTF). We applied the Mann-Whitney test for data analysis. Result: Children from both groups received therapy twice a week. The CPT included neurodevelopmental approach techniques, strength, stretching, and balance exercises. The FPT included the training of gross motor function abilities. The FPT group presented higher scores for conditioning when compared to the CPT. All children with CP obtained lower scores for personal care and housing when compared to typically developed children. Conclusion: FPT improved participation only for conditioning that include activities trained during therapy sessions.