Resistir e educar- importância da educação sanitária no fomento de práticas agroecológicas em unidades produtoras de leite em assentamentos

Abstract

As formas de produção sustentável estão crescendo cada vez mais devido à necessidade de produzir e comercializar alimentos limpos, seguros e sem agrotóxicos. Através do conhecimento local do autor e experiências de campo, buscamos implementos que fortaleçam as relações sociais e cidadãs das comunidades, caracterizadas pela produção agroecológica com maximização dos recursos locais. O objetivo do estudo foi avaliar os resultados de um trabalho feito junto a um grupo de produtores leiteiros visando a adequação das Unidades Produtoras de Laticínios com higiene e profilaxia, e itens complementares que atendam aos requisitos atendidos pela Instrução Normativa 76 do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), de forma a contribuir com a redução dos índices bacterianos no leite e a redução da mastite em bovinos leiteiros. O estudo foi desenvolvido por meio da aplicação de questionários online, via formulários do Google, com feedback de 33 produtores de leite assentados pela reforma agrária, nos assentamentos do município de Hulha Negra (RS). Observou-se que 73% dos entrevistados cumpriam a legislação leiteira, sendo que 79% tinham a produção de leite como atividade principal. Nesse sentido, constatou-se que 55% das entrevistadas utilizam alguma prática integrativa na propriedade, e 91% utilizaram uma vez para prevenir a ocorrência de mastite. Com os dados em mãos, pretendemos produzir materiais didáticos para a disseminação dessas práticas e manejos, levando a outros bons resultados na adoção dessas estratégias. Conclui-se que é possível produzir com qualidade, dentro dos padrões incorporados, a partir de uma educação sanitária continuada nas propriedades, buscando chegar ao alcance agroecológico com os produtores, para que possam resistir no campo e na produção de leite, demonstrando que a Reforma Agrária dá certo.