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Santa Catarina (SC) é o estado brasileiro com o maior número de indústrias per capta (29 indústrias para cada 10.000 habitantes) (IBGE, 2013); o estado atingiu a 9ª posição no ranking nacional de produção agrícola, mesmo concentrando apenas 1% do território nacional (IBGE, 2017). SC é o maior produtor de carvão mineral bruto do país, o maior produtor nacional de carne suína, pescado, ostras e mexilhões, além de ser o segundo maior estado no abate de aves. O setor industrial é responsável pelo consumo de mais de 42% da energia elétrica demandada no estado, sendo que, 95,5% dessa parcela correspondem ao consumo das indústrias de transformação (FIESC, 2015). Ainda, a indústria catarinense contribui com 34% na formação do PIB e com 36% dos empregos do estado, distribuídos principalmente nos setores agropecuário, comercial e de serviços. Entretanto, o ritmo acelerado de crescimento desse setor, associado ao aumento substancial da frota veicular em operação em vias rodoviárias, tem promovido o aumento significativo nas emissões de poluentes atmosféricos (EEA, 2016; EEA, 2010; RAMANATHAN e FENG, 2009).
Mesmo diante dos aspectos ambientalmente negativos resultantes do intenso crescimento do setor industrial, em SC, poucas iniciativas foram tomadas para monitorar as emissões e controlar os impactos na atmosfera. Até o presente momento, não existe monitoramento público da concentração de poluentes atmosféricos, exceto os realizados para cunho científico (IEMA, 2014). Contudo, a Diretoria de Biodiversidade e Clima (DBIC), da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), gerou a demanda do estado de SC para o desenvolvimento de gestão da qualidade do ar.
Frente à demanda e da problemática do estado em relação ao controle da qualidade do ar, o Plano de Trabalho submetido pelo professor Dr. Leonardo Hoinaski, supervisor do Laboratório de Controle de Qualidade do Ar (LCQAr) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o título “AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS EMISSÕES VEICULARES, QUEIMADAS, INDUSTRIAIS E NATURAIS NA QUALIDADE DO AR EM SANTA CATARINA” foi contemplado no Edital de Demanda Espontânea da FAPESC.
O projeto tem o objetivo de estimar o impacto das emissões veiculares, industriais, naturais e de queimadas na qualidade do ar em SC. Esta pesquisa dará subsídios para a elaboração de um sistema de Gestão da Qualidade do Ar em nível estadual. Entre os produtos listados no plano de trabalho, está a elaboração de inventários das emissões industriais, sendo este o tema do presente relatório.
O documento apresenta preliminarmente a quantificação das indústrias potencialmente poluidoras, segregados por mesorregiões, municípios e segmento e, ainda, apresenta alguns subsídios para a elaboração do Plano de Controle de Emissões Industriais (PCPI) catarinense. Este documento é o primeiro de uma série de relatórios que serão desenvolvidos ao longo dos seis anos de projeto.
O LCQAr se comprometeu em auxiliar na prevenção de impactos na saúde e meio ambiente relacionados à má qualidade do ar em SC. O desafio é complexo e exigirá esforços por parte da comunidade acadêmica, bem como a importante participação de iniciativas públicas e privadas. |
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