Title: | Função sexual e via de parto durante o puerpério remoto |
Author: | Henrique, Thaise dos Santos |
Abstract: |
O relacionamento sexual deve equilibrar aspectos físicos e emocionais como desejo, excitação, orgasmo e resolução. No puerpério diferentes condições tornam a mulher vulnerável a presença de disfunções sexuais (DS), como por exemplo, variáveis obstétricas. Esta pesquisa analisou a função sexual (FS) de mulheres primíparas em diferentes períodos do puerpério por vias de parto vaginal (PV) e cesáreo (PC) em municípios do sul catarinense. No estudo 1 foi realizado uma série de casos com seguimento prospectivo para avaliar a FS aos 3, 6 e 12 meses e verificar sua relação com as vias de parto. No estudo 2 foi adotado o método transversal para analisar a presença de DS e verificar se existe associação com a via de parto durante o puerpério (estudo 2). Ambos os estudos avaliaram puérperas primíparas, alfabetizadas, com idade = a 18 anos durante o puerpério remoto e que estivessem mantendo relações sexuais nas últimas 4 semanas. Além desses, outros critérios para a elegibilidade foram adotados conforme o tipo de estudo. No estudo 1 as mulheres foram avaliadas aos 3 meses (presencial) e reavaliadas aos 6 e 12 meses (online). Para o estudo 2, as participantes foram avaliadas de forma remota dentro do período igual ou menor à 12 meses de puerpério (online). Nos dois estudos os dados foram coletados através de um questionário para caracterização da amostra e a avaliação da FS pelo instrumento Female Sexual Function Index (FSFI). A análise estatística foi realizada pelo software estatístico SPSS ? Statistical Package for Social Sciences (versão 22.0 IBM®), por meio de uma estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. Análises específicas foram realizadas para cada tipo de estudo. Participaram do estudo 1, 20 mulheres com média de idade de 24,5 ± 4,99 anos, categorizadas em PV (12) e PC (08). Nessas mulheres, a dor foi o único domínio com diferença significativa durante o puerpério (p= 0,001) e entre as vias de parto (PV = 0,032; PC = 0,022). Aos 12 meses, o escore dor aumentou quando comparado aos 3 meses (p = 0,005). No estudo 2, foram avaliadas 242 mulheres com média de idade de 27,28 ± 4,81 anos, categorizadas em PV (85) e PC (157). Nesse estudo, as participantes com PV apresentaram uma tendência a melhorar o desejo (p = 0,061) entre 9 e 12 meses, enquanto no PC houve associação entre 1 e 4 meses na redução da excitação (p = 0,026) e entre 9 e 12 meses melhora do orgasmo (p = 0,028). Intervenções obstétricas no PV foram associadas à piora do escore dor entre 9 e 12 meses, enquanto PC de emergência foi associado a presença de DS entre 9 e 12 meses. Em ambos os estudos (1 e 2) não houve associação ou diferença significativa na FS quando comparado o tipo de parto, independente do tempo de puerpério. Concluímos que a via de parto não deve ser utilizada como método de escolha para a prevenção das DS, tendo em vista que os resultados da FS recuperam-se ao longo do puerpério. Abstract: The sexual relationship must balance physical and emotional aspects such as desire, excitement, orgasm and resolution. There are different puerperium conditions of women vulnerable to the presence of sexual dysfunctions (DS), such as obstetric variables. This research analyzed the sexual function (FS) of primiparous women in different periods of the puerperium through vaginal (PV) and cesarean (PC) delivery in cities in southern Santa Catarina. In study 1, a series of cases with prospective follow-up was carried out to evaluate a SF at 3, 6 and 12 months and verify its relationship with the modes of delivery. In study 2, the cross-sectional method was adopted to analyze the presence of DS and verify whether there is an association with the mode of delivery during the puerperium (study 2). Both studies evaluated primiparous postpartum women, literate, aged = to 18 years old during the remote postpartum period and who had been having sex in the last 4 weeks. In addition to these, other eligibility criteria were adopted according to the type of study. In study 1, women were assessed at 3 months (in person) and reassessed at 6 and 12 months (online). For study 2, participants were evaluated remotely within a period equal to or less than 12 months of puerperium (online). In both studies, data were collected through a questionnaire to characterize the sample and the FS assessment using the Female Sexual Function Index (FSFI) instrument. A statistical analysis was performed using the statistical software SPSS - Statistical Package for the Social Sciences (version 22.0 IBM®), using descriptive and inferential statistics, with a significance level of 5%. Specific analyzes were performed for each type of study. Participated in the study 1, 20 women with a mean age of 24.5 ± 4.99 years, categorized into PV (12) and PC (08). In these women, pain was the only domain with significant difference during the puerperium (p = 0.001) and between the modes of delivery (PV = 0.032; PC = 0.022). At 12 months, the pain score increases when compared to 3 months (p = 0.005). In study 2, 242 women with a mean age of 27.28 ± 4.81 years, categorized into PV (85) and PC (157) were evaluated. In this study, as participants with dissipated PV there was a tendency to improve desire (p = 0.061) between 9 and 12 months, while no PC had an association between 1 and 4 months in arousal reduction (p = 0.026) and between 9 and 12 months improvement in orgasm (p = 0.028). Obstetric interventions in PV were associated with score worsening between 9 and 12 months, while emergency PC was associated with the presence of DS between 9 and 12 months. In both studies (1 and 2) there was no association or significant difference in SF when comparing the type of delivery, regardless of the time since the postpartum period. We conclude that the mode of delivery should not be used as the method of choice for the prevention of DS, considering that the FS results are recovered throughout the puerperium. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Araranguá, 2021. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/226830 |
Date: | 2021 |
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PGCR0049-D.pdf | 2.848Mb |
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