Ensaios sobre o crescimento econômico: uma análise da dinâmica econômica brasileira

Abstract

Esta tese está estruturada em três ensaios. Nos dois primeiros ensaios, utilizando modelos de econometria espacial, analisamos o impacto dos gastos públicos no crescimento do PIB per capita. A utilização de econometria espacial é importante para analisar os transbordamentos, ou seja, os efeitos decorrentes dos gastos públicos em regiões circunvizinhas. Em específico, no primeiro Ensaio, tratamos de um recorte de macrorregiões da economia brasileira (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-oeste); no segundo, utilizamos um recorte estadual (Acre, Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins). Para esses dois ensaios, separamos os gastos por categoria funcional, em gastos de Capital Humano, Capital Físico e Outros Gastos. Foram aplicados os modelos de solução: modelo de painel espacial de erros (SEM); modelo espacial autorregressivo (SAR); e modelo espacial de Durbin (SDM). Como resultado, no primeiro Ensaio, observou-se que o gasto em capital humano possui efeito positivo no crescimento do PIB per capita da macrorregião, e que, além o gasto em capital humano das regiões circunvizinhas, possui efeito positivo no crescimento do PIB per capita. Por outro lado, os gastos em capital físico não possuem significância estatística. Portanto, destacamos que os gastos em capital humano devem ser incentivados para que o crescimento do PIB das macrorregiões seja melhorado, em detrimento de gastos em outras áreas. No segundo Ensaio, os resultados apontam que o gasto em capital humano impactou positivamente no PIB per capita dos estados. Na conclusão, destacamos que o gasto em capital humano, que engloba os gastos em saúde e saneamento, educação e cultura, assistência e previdência, ciência e tecnologia, devem ser incentivados em detrimento dos outros gastos, considerando que o gasto em capital humano impacta positivamente no PIB per capita das macrorregiões e dos estados brasileiros. O terceiro Ensaio envolve um modelo DSGE Novo Keynesiano que simula a dinâmica da economia brasileira, por intermédio de equações que representam as interrelações das variáveis macroeconômicas e monetárias da economia brasileira. O modelo DSGE base é o modelo elaborado para simular a economia europeia. Avançamos no modelo, introduzindo um amplo conjunto de choques em inovações estocásticos nas equações do modelo, e implementado a solução log-linearizada do modelo DSGE via estimação bayesiana. O conjunto de choques introduzido no sistema de equações, num total de quinze, dentre eles, cinco choques em inovações estocásticas foram impostos na tributação (tributação incidente sobre o consumo, tributação incidente sobre a renda do trabalho, tributação incidente sobre a renda do capital, tributação incidente sobre os salários, paga pelos trabalhadores, e tributação incidente sobre os salários, paga pelos empresários). Entre outros importantes resultados do terceiro Ensaio, destacam-se que o choque transitório positivo na tributação, incidente sobre a renda do capital, induz o aumento dos investimentos na economia, diferentemente dos outros tributos, em que impactos positivos induzem a depreciação dos investimentos e da atividade econômica.

Abstract: This thesis is structured in three essays. In the first two essays, using spatial econometric models, we analyze the impact of public spending on GDP per capita growth. The use of spatial econometrics is important to analyze spillovers, that is, the effects resulting from public spending in surrounding regions. Specifically, in the first Essay, we deal with a cut of macro-regions of the Brazilian economy (North, Northeast, South, Southeast and Midwest); in the second, we used a state cutout (Acre, Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Federal District, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí , Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins). For these two essays, we separated expenditures by functional category into Human Capital, Physical Capital and Other Expenditures. Solution models were applied: spatial error panel model (SEM); autoregressive spatial model (SAR); and Durbin Spatial Model (SDM). As a result, in the first Essay, it was observed that spending on human capital has a positive effect on the growth of GDP per capita in the macro-region, and that, in addition to spending on human capital in the surrounding regions, it has a positive effect on GDP per capita growth . On the other hand, expenditure on physical capital is not statistically significant. Therefore, we emphasize that spending on human capital should be encouraged so that the GDP growth of macro-regions is improved, at the expense of spending in other areas. In the second Essay, the results show that spending on human capital had a positive impact on the per capita GDP of the states. In conclusion, we emphasize that spending on human capital, which encompasses spending on health and sanitation, education and culture, care and social security, science and technology, should be encouraged to the detriment of other spending, considering that spending on human capital has a positive impact in the GDP per capita of Brazilian macroregions and states. The third Essay involves a DSGE New Keynesian model that simulates the dynamics of the Brazilian economy, through equations that represent the interrelationships of macroeconomic and monetary variables in the Brazilian economy. The base DSGE model is the model designed to simulate the European economy. We advanced the model, introducing a wide set of shocks in stochastic innovations in the model equations, and implemented the loglinearized solution of the DSGE model via Bayesian estimation. The set of shocks introduced in the system of equations, in a total of fifteen, among them, five shocks in stochastic innovations were imposed in taxation (taxation on consumption, taxation on labor income, taxation on capital income, taxation on wages, paid by workers, and taxation on wages, paid by entrepreneurs). Among other important results of the third Essay, it is highlighted that the positive transitory shock in taxation, levied on capital income, induces an increase in investments in the economy, unlike other taxes, in which positive impacts induce the depreciation of investments and economic activity.