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Os eventos adversos assistenciais constituem em um problema de saúde pública, reconhecido
pela Organização Mundial da Saúde. O Programa de Farmacovigilância consiste na realização
de um processo sistemático voltado à prevenção de eventos adversos relacionados a
medicamentos, baseado na notificação espontânea sobre esses eventos. É frequente no ambiente
hospitalar eventos adversos como flebite, e a sua prevalência na punção venosa periférica em
doentes internados, pode ter relação com a farmacoterapia intravenosa desses pacientes,
chamada flebite química, na qual o farmacêutico deverá prestar assistência e analisar os fatores
de risco associados. Tendo em vista os impactos que eventos adversos assistências em âmbito
hospitalar, o presente estudo teve como objetivo caracterizar as flebites associadas à medicação
intravenosa em pacientes internados em um hospital universitário público do Estado de Santa
Catarina, notificadas no período de 1 de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2020. Trata-se de
um estudo transversal retrospectivo, de abordagem descritiva e quantitativa, de análise
documental, realizado mediante a análise dos dados secundários dos registros dos eventos
adversos relacionados à farmacovigilância, sendo a população do estudo formada por pacientes
internados no Hospital Universitário Ernani Polydoro São Thiago da Universidade Federal de
Santa Catarina. Foram recebidas pela Unidade de Gestão de Riscos Assistenciais 93
notificações com relato de flebite química, sendo 2018 o ano de maior número de notificações.
Constatou-se que o perfil dos pacientes foi homens na faixa etária entre 61 a 70 anos,
correspondendo a 14%, sendo a idade um fator contribuinte para o desenvolvimento de flebite.
A prevalência de flebite foi a de Grau 1 (25,8%), evidenciando o bom desempenho das ações
multiprofissionais para o impedimento de sua evolução. Nas 93 notificações ao total, 50 se
localizavam em membro superior esquerdo, correspondendo a 53,8%, sendo o local mais
prevalente onde ocorreu a lesão. O medicamento mais associado ao desenvolvimento de flebite
química foi o antibiótico ceftriaxona 2 g (10,5%), tendo em literatura evidenciada tal
associação. Em relação ao aparecimento de sinais e sintomas de flebite, se constatou que após
1 dia de infusão do medicamento IV foi mais relatado (19,4%), sendo mais recorrente a
administração de apenas 1 medicamento por AVP (68,8%). A conduta realizada pela equipe de
enfermagem mais realizada foi a troca do local do acesso venoso (de membro superior direito
para membro superior esquerdo, vice versa) (64 notificações). Tendo o desfecho das
investigações dos casos de flebite química, resultados positivos, demonstrando que a maioria
dos pacientes obtiveram melhora da lesão (49,5%). As intervenções farmacêuticas, quando
necessárias, foram o acompanhamento dos sinais flogísticos em AVP, que condiz na observação
de 5 sinais: dor, calor, rubor, edema e perda de função do paciente. Com a finalidade de evitar
complicações como tromboflebite, ou sepse, que eleva o risco desses pacientes irem a óbito, o
que qualifica um serviço assistencial da parte do farmacêutico com o paciente. Nestas condições
é visível a relevância dos resultados apresentados. Onde neste panorama, a qualificação da
equipe multiprofissional dentro das especificidades e necessidades é um fator importante para
prevenir erros e eventos adversos. |
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