Processo de cuidado da enfermagem à adolescentes com ideação e tentativa de suicídio

Abstract

Entre os anos de 2016 à 2018 houve um aumento de 16% nos casos de suicídio na faixa etária de 10 à 19 anos no Brasil, segundo a Organização Pan-Americana de saúde (OPAS, 2018), o suicídio é a segunda causa de morte entre 15 a 29 anos. Esses dados escancaram o suicídio entre adolescentes como um problema de saúde pública, que precisa ser discutido. Este estudo contribui para a identificação dos pontos chaves no processo de cuidado da enfermagem ao adolescente com comportamento suicida, entendendo quais são os problemas e como podemos melhorar. Objetivos: Analisar, por meio de revisão de escopo, o processo de cuidado de enfermagem voltado para adolescentes com ideação e tentativa de suicídio. Método: O estudo consiste em uma revisão de escopo, o qual foi realizado em oito bases de dados e fontes de literatura cinzenta, durante o mês de abril a junho de 2021, foram encontrados 839 documentos, sendo selecionados 27 que posteriormente foram analisados conforme a Análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Os códigos retirados dos documentos foram agrupados por semelhança de seus conteúdos, analisados e reescritos em três diferentes categorias: a) Fatores que interferem no processo de cuidado do adolescente com ideação e tentativa de suicídio; b) Instrumentos utilizados pela enfermeira para direcionar o cuidado ao adolescente ideação e tentativa de suicídio; e c) Processo de cuidado de enfermagem durante a assistência ao adolescente com ideação e tentativa de suicídio. Considerações finais: O cuidado ao adolescente com comportamento suicida ainda é cercado de estigmas, sendo necessário treinamentos aos profissionais, protocolos, melhora nas políticas públicas e ordenação do cuidado em rede, além de mais estudos sobre a eficácia dos instrumentos usados pelos profissionais para o cuidado nesse contexto. A produção da rede de cuidados, inserindo a família, amigos, escola, comunidade, outros profissionais e serviços pode auxiliar no aumento da segurança ao adolescente, o cuidado no território também facilita a identificação dos fatores de risco e protetivos e proporciona maior vínculo com o profissional.