Coaching esportivo no hóquei sobre grama: percepção de atletas e treinadores brasileiros sobre os comportamentos e metodologia de treinamento

Abstract

A atuação qualificada de treinadores esportivos é fator primordial para o sucesso de uma equipe. Dentro da metodologia de trabalho, cada treinador deve desenvolver sua equipe em diferentes áreas, preparando os atletas para os desafios físicos, técnicos e mentais da modalidade. O modo como o treinador se comporta e aplica sua metodologia pode ocasionar diferentes resultados e reações nos atletas. O objetivo deste estudo é descrever a percepção de atletas e treinadores de hóquei sobre grama sobre o comportamento do treinador e a metodologia de treinamento. Para isso, foi aplicada a escala de comportamento de treinador – versão atleta (ECT-A) com 88 atletas de equipes de hóquei sobre grama do Brasil. A escala aborda seis diferentes áreas do treinamento esportivo: treinamento físico, técnico, preparação mental, estabelecimento de objetivos, reforço pessoal positivo e reforço pessoal negativo. Com base nos dados obtidos nas respostas da escala, uma entrevista semiestruturada foi realizada com 5 treinadores de hóquei das equipes do Brasil com o objetivo de identificar qual a metodologia de trabalho empregada por eles em suas intervenções e a própria percepção sobre seus comportamentos pedagógicos nas seis áreas do treinamento esportivo. A análise dos dados foi feita pelo método descritivo exploratório, a partir das informações encontradas no questionário e nas entrevistas com os treinadores. Os atletas percebem com forte intencionalidade o trabalho de seus treinadores em áreas como o treinamento físico e técnico da modalidade. Para os atletas, o treinamento mental é um aspecto ainda pouco trabalhado pelos treinadores, e por mais que os treinadores reconheçam a importância do preparo psicológico para o desempenho do atleta, assim como o estabelecimento de objetivos, parecem ser trabalhados ocasionalmente e de forma não estruturada. Treinadores e atletas percebem que em suas relações interpessoais há a predominância de comportamentos positivos, proporcionando um ambiente propício à evolução dos componentes da equipe. Consequentemente, há uma baixa incidência de comportamentos negativos que poderiam prejudicar o desenvolvimento de atletas e treinadores.