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A doença renal crônica (DRC) consiste na perda gradativa e irreversível das funções renais endócrinas e exócrinas, tais como, filtração do sangue, regulação do pH e dos eletrólitos, produção de eritropoietina e de 1,25- diidroxicolecalciferol. No âmbito da gestão em saúde coletiva, os custos para aplicar medidas preventivas ao desenvolvimento da DRC são muito menores do que aqueles para o tratamento da doença em estágio avançado. Como forma de oferecer ao Sistema Único de Saúde (SUS) uma ferramenta para facilitar a gestão e melhorar a qualidade do serviço no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), foi elaborado o Protocolo de Enfermagem (PE), pela equipe técnica do Conselho Regional de Enfermagem, do estado de Santa Catarina, Brasil (COREN-SC). Este protocolo reúne uma série de recomendações para orientar no cuidado com o paciente, da prevenção ao diagnóstico, do rastreamento ao encaminhamento e vem sendo implantado em diversos municípios do estado. Entre estas recomendações estão o rastreamento e a investigação clínica da Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), doenças precursoras do desenvolvimento da DRC. O presente estudo tem como objetivo observar, em dois municípios de Santa Catarina, a adesão ao PE pelos enfermeiros que trabalham na rede de APS e o seguimento desta adesão até os dias atuais (aderência), com ênfase na prevenção e seguimento da DRC. Os profissionais que responderam ao questionário em Florianópolis revelaram 97% de adesão e 98% de aderência ao PE, enquanto no município de Jaraguá do Sul, estes percentuais foram de 70% e 100%, respectivamente. Em Florianópolis, todos os enfermeiros que seguem este protocolo realizam a solicitação de exames laboratoriais para avaliar a função renal do paciente. Já em Jaraguá do Sul, são 86% entre os profissionais que seguem o PE que solicitam estes exames adequadamente. Quanto ao encaminhamento dos pacientes diagnosticados com DM e/ou HAS, todos os enfermeiros o fazem para o médico da família, em Jaraguá do Sul e exceto por um entre 67 profissionais pesquisados em Florianópolis. Entre os profissionais que já trabalhavam na APS antes da implantação do PE, 84% consideraram que este protocolo melhorou a prevenção da DRC para os pacientes atendidos, na capital do estado. Os enfermeiros que gostariam de receber treinamento referente ao PE correspondem a 95,5% em Florianópolis, atingindo 100% no município do norte catarinense. Os dados obtidos por este estudo permitem afirmar que o PE apresentou alto índice de adesão e aderência em ambos os municípios investigados e se mostra como uma ferramenta de apoio muito útil e importante para a melhoria da prevenção da DRC, no âmbito da APS. |
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