Nietzsche, fisiologia e educação

Abstract

A partir de uma perspectiva fisiológica específica, possível devido à forma de naturalismo de Nietzsche entendida como uma filosofia da vida experimental, e de sua recusa a toda forma de dogmatismo, uma vez que toda investigação cognitiva-interpretativa permanece indefinidamente provisória, é possível uma nova interpretação do humano e da educação pautada em sua eficácia para a vida. Tal naturalização do homem, do conhecimento e do próprio conhecer é levada a termo por meio das noções de agon (conflito, disputa), como característica do orgânico, e de ?grande saúde?, como capacidade de alternar e alterar valorações e perspectivas, transvalorando-as segundo o arranjo hierárquico e a individuação dos impulsos e pulsões que nos compõem, enquanto vivência singular e única, em um real em constante mudança e transformação, onde a diferença e a diversidade são o critério e a criação e transvaloração dos valores necessidade fisiológica pela vida que podem sugerir e como expressão do modo de ser próprio do homem, o animal que avalia. De forma muito peculiar Nietzsche se apropria e interpreta as ciências naturais associando-as a muitas outras formas de conhecimento para sustentar uma concepção pluralista e genealógica que permite escapar de concepções metafísicas, retraduzindo a dimensão humana de volta a natureza. Neste estudo e por meio da fisiologia e naturalismo de Nietzsche pretendemos mostrar que todo processo de formação é um processo de auto formação e experimentação.

Abstract: From a specific physiology perspective, possible due to Nietzsche?s form of naturalism, understood as a philosophy experimental life, and his refusal to every form of dogmatism, since all cognitive research-interpretative remains indefinitely provisional, it is possible a new interpretation of the human and education based on its effectiveness for life. Such naturalization of man, of knowledge and of one´s own knowledge is carried out through the notions of agon (conflict, dispute), as characteristic of the organic , and the ?great health?, as ability to alternate and alter values and possibilities, transvaluating them according to the hierarchical arrangement and the individuation of the impulses and drives that compose us, as a singular and unique experience, in a constantly changing and transforming real, where difference and diversity are the criterio and creation and transvaluation of the values physiological need for life that can suggest and as expression of man´s own being, the animal that evaluates. In a very peculiar way Nietzsche appropriates and interprets the natural sciences associating them with many other forms of knowledge to support a pluralistic and genealogical conception that allows escape from metaphysical conceptions, retracing the human dimension back to nature. In this study and through the physiology and naturalism of Nietzsche we intend to show that every process of formation is a process of self-formation and experimentation.