A habitação sob o olhar psicoambiental: arquitetura de acolhimento infantojuvenil

Abstract

A multidisciplinaridade da arquitetura possibilita a tomada de diversas abordagens, de diferentes áreas do conhecimento, no projeto dos ambientes construídos. Muito mais do que somente a idealização de espaços físicos e inanimados, o papel social do arquiteto deve ser o de buscar integrar pessoas e lugares, atendendo o máximo de necessidades físicas e psicológicas requeridas pelo público a que se destina, provocando sentimentos e influenciando em comportamentos positivos por aqueles que o usufruem. Dessa forma, o presente trabalho propõe um diálogo entre a Arquitetura e a Psicologia, através da Psicologia Ambiental, no projeto de uma habitação acolhedora e ambientalmente saudável para crianças e adolescentes em vulnerabilidade social que tiveram seus direitos violados e passaram por experiências muitas vezes traumáticas, encontrando-se em situação de acolhimento institucional, longe de suas famílias e casas de origem. Indo além da simples proposta de intervenção no espaço, procura-se realizar uma reflexão sobre todos os sentimentos e comportamentos que envolvem o “morar” em um lugar. À luz de casos concretos, da vivência pessoal, de referenciais teóricos sobre os temas, do direito e da legislação vigente e de entrevistas para se aproximar ao máximo da realidade, propõe-se, ao final do trabalho, a expansão do serviço de acolhimento existente conformando uma dupla de casas-lares capaz de abrigar 20 crianças e adolescentes em um projeto arquitetônico que preza por atender suas necessidades físicas e psíquicas, além de proporcionar um espaço verde de lazer e integração com a comunidade ao seu entorno.