Abstract:
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Introdução: O uso da ventilação mecânica tem sido uma alternativa usada precocemente para o suporte de vida, proteção pulmonar e adequado recrutamento alveolar nos pacientes com COVID-19, necessitando de parâmetros ventilatórios adequados para o tratamento. Objetivo: analisar as características clínico-demográficas e ventilatórias dos pacientes com diagnóstico de COVID-19 que utilizaram ventilação mecânica invasiva (VMI) em uma Unidade de Terapia Intensiva do Sul do Brasil e correlacioná-las com seus desfechos clínicos. Material e Métodos: estudo transversal descritivo, composta por pacientes com diagnóstico positivo para COVID-19 internados na UTI e em ventilação mecânica invasiva. A Coleta foi realizada através de um banco de dados do serviço de Fisioterapia. Análise estatística foram realizados os testes de Spearman, Chi-quadrado de Pearson, teste T-Student ou U Mann Whitney. Resultados: Foram incluídos 100 pacientes no estudo com mediana de idade de 62 anos [52,25-67], sendo 60 do sexo masculino, com significância para as comorbidades hipotireoidismo (p =0,044) e obesidade (p= 0,020). Para características ventilatórias foram observadas uma mediana de 116,50 [89,50-146,50] para relação PaO2/FiO2, 11,50 [10-13] cmH2O para driving pressure e uma média de 31,89 (± 8,78) mL/cmH2O para complacência pulmonar, maior PEEP com mediana de 12 [10-13,50] cmH2O, 63% realizaram a posição prona em VMI, 16% realizaram traqueostomia, 17 % utilizaram VNI pós extubação e 80 % foram de alta da UTI com oxigenioterapia. O tempo de permanência em VMI apresentou uma mediana de 9 dias [6-14,75], UTI com mediana de 11 dias [8-16] e hospitalar com 19 dias [13-25]. Encontrado 27% de óbitos na UTI e 40% de óbitos a nível hospitalar. Nas associações foram encontrados significância com óbitos na UTI para idade (p= 0,023), hipotireoidismo (p= 0,044), relação PaO2/FiO2< 150 (p= 0,000). Já para óbitos hospitalar houve associação significativa para idade (p= 0,000), obesidade (p= 0,020), Driving pressure ≥15cmH2O (p= 0,025) ,relação PaO2/FiO2 (p= 0,002), traqueostomizados (p= 0,004) e em uso de oxigênio na alta UTI (p= 0,011). Conclusão: Caracterizou-se por uma amostra de pacientes idosos, do sexo masculino, com associação para mortalidade em UTI e hospitalar para os pacientes com hipotireoidismo, obesidade, índices de injúria pulmonar, driving pressure, pacientes traqueostomizados e em uso de oxigenioterapia na alta da UTI. Também foi encontrado correlação significativa entre PEEP mais elevada e índice de injúria pulmonar com o tempo de internação na UTI, hospital e em ventilação mecânica. |