Abstract:
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O suicídio é mais do que o desfecho de um comportamento pessoal, sendo um acontecimento sociocultural, psicossocial e de saúde pública, que leva milhões de pessoas a óbito. O enfrentamento das questões relacionadas ao suicídio torna-se cada vez mais importante, fazendo-se necessário pensar no significado atribuído pelos familiares ao cuidado domiciliar de um ente com tentativa de suicídio. Salienta-se a importância de familiares, cuidadores, serem acolhidos, informados, orientados e instruídos sobre o manejo adequado. Assim, esta pesquisa visou ouvir familiares de pessoas com tentativa de suicídio, compreendo suas percepções acerca dos cuidados domiciliares, buscando refletir este papel de cuidador e os significados que o envolvem. A pesquisa foi qualitativa descritiva, de caráter exploratório, na qual realizou-se entrevista semiestruturada com três familiares de pacientes atendidos na Unidade de Emergência do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago - HU/UFSC/EBSERH. Foi utilizada a análise de conteúdo, proposta por Bardin, que consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem a comunicação. Os resultados mostraram que o meio utilizado para a tentativa foi a ingestão de medicação; havia hipóteses diagnósticas prévias e posteriores ao atendimento na emergência; os cuidados domiciliares realizados pelas familiares, apareceram em forma de experiências e como planejamentos de cuidados, prevenção; na percepção das cuidadoras, os profissionais de saúde mental são auxiliares no processo de cuidados, além de os componentes da RAPS sendo suporte iminente após momento de crise; e a internação psiquiátrica como remota possibilidade. Por fim, as três participantes da pesquisa são mulheres, mães dos pacientes, com vínculo empregatício, além do papel de cuidadoras, notando-se a sobrecarga diante da jornada dupla de trabalho, que por vezes não possuem rede de apoio eficaz que lhes auxilie nos cuidados prestados. |