Gravidade de pacientes, carga de trabalho da enfermagem e eventos adversos em terapia intensiva

Abstract

Objetivo: Analisar eventos adversos ocorridos em uma UTI Respiratória relacionando-os à carga de trabalho dos profissionais de enfermagem e à gravidade dos pacientes. Métodos: Estudo de coorte, retrospectivo e observacional. A amostra foi composta por prontuários de pacientes admitidos na UTI entre janeiro e abril de 2021. Os critérios de exclusão foram: pacientes que foram à óbito ou transferidos em menos de 24h. Foram coletados dados demográficos e clínicos, valores da Escala de Braden, Escala de Morse, SAPS e o Nursing Activities Score. Realizados testes estatísticos com frequência absoluta e relativa, média e mediana e intervalo interquartílico (P50 [25; P75]). Resultados: Foram incluídos 144 prontuários, identificados 158 eventos adversos e analisados 90 dias de NAS. A média de idade foi de 54,4 anos, maioria homens (59,7%) vindos da emergência respiratória (53,5%). Hipertensão apareceu em 38,2%, obesidade em 33,3%, e a diabetes em 27,1% dos pacientes. As infecções de importância clínica foram as de corrente sanguínea (n=45) e pneumonia associada à ventilação (n=40). As lesões de pele (n=68) e as colonizações por bactérias multirresistentes (n=52) foram as mais destacadas. A média do NAS foi de 88,9 e o SAPS de 54,4 pontos. Conclusões: Pode-se observar por meio do estudo que os pacientes eram graves clinicamente, e que a carga de trabalho da enfermagem era extremamente alta, o que pode estar correlacionado com a maior quantidade de eventos adversos evitáveis.