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Aquilo que chamamos
de monstro ou de monstruoso é uma espécie de caso limítrofe,
um fenômeno extremo, uma forma marginalizada, um caso de
abjeção, um desafio epistemológico, sendo o conceito de fronteira
necessário para a construção da identidade, seja aquela que se
define como natural ou que aponta o desvio de formação.
Na gramática do monstruoso, as questões estéticas talvez
sejam as que mais chamem atenção em um primeiro momento.
Teóricos concordam que, no campo da monstruosidade, a
aparência assume um aspecto dramático e, em geral, abriga a
decodificação semiótica da personalidade – aparência feia/ser
mau. Tudo o que se afasta da típica forma humana (os vegetais,
os robôs, os insetos), as deformidades e as variações estruturais
são elementos em conflito com a cultura vigente, traçando linhas
divisoras e taxando de monstruoso o que está do outro lado da
fronteira institucional imposta. Seja por excesso, exceção ou falta,
seja por diferenciação ou hibridismo, o monstro é algo perturbador
das categorias de normalidade e beleza, caracterizando uma Todavia, pensando
além da estética, a questão basilar na construção do monstruoso
diz respeito às funções e significados políticos assumidos por
tais formas em contextos específicos, pois, o monstro atende a
necessidades diversas no devir temporal, geográfico, corporal,
sexual, tecnológico, entre outros. |
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