A CENTRALIDADE DA ECOLOGIA POLÍTICA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DESDE OS PRIMEIRO VINTE ANOS DO SÉCULO XXI

Abstract

Diante do aumento da gravidade da crise ecológica global provocada pelo modo de produção capitalista, torna-se necessário buscar modelos metodológicos de análise dos atores e processos da ecologia política internacional, capazes de refletir acerca da dimensão de politização da temática ecológica como um dos maiores fenômenos da contemporaneidade, sobretudo em função da democratização e diversificação das redes de comunicação (cyberativismo). Assim, com intuito de responder “quais tipos de fatos de ordem objetiva nos permitem explicar a posição da ecologia política nas relações internacionais nos primeiros vinte anos do século XXI?”, o presente trabalho apresenta a confirmação da hipótese de que os esforços comunicativos e políticos do ativismo ambiental global, formado por ONGs ambientalistas, grupo de cientistas e demais organizações e grupo de ativistas da sociedade civil global são simbolicamente responsáveis por promover uma cultura política de desobediência civil para o enfrentamento das estruturas globais de poder. O método do interacionismo simbólico cibernético proposto por Alexandre (2018a), aqui também referido como paradigma outsider das relações internacionais, foi utilizado para explicar as múltiplas estratégias de desobediência civil do movimento ambientalista, fundadas na demonstração pública do agir comunicativo dramatúrgico e afirmar a centralidade da ecologia política nos primeiros vinte anos do século XXI, em função do seu poder estruturante de transformação histórica da sociedade nos âmbitos políticos, econômicos e de adoção de novos comportamentos culturais.

Given the increasing severity of the global ecological crisis caused by the capitalist mode of production, it is necessary to seek methodological models for the analysis of actors and processes of international political ecology, capable of reflecting on the dimension of politicization of the ecological theme as one of the greatest phenomena of contemporaneity, mainly due to the democratization and diversification of communication networks (cyberativism). Thus, in order to answer “what kinds of objective facts allow us to explain the position of political ecology in international relations in the first twenty years of the 21st century?”, this paper presents the confirmation of the hypothesis that communicative and political efforts of global environmental activism, formed by environmental NGOs, a group of scientists and other organizations and group of activists from the global civil society, are symbolically responsible for promoting a political culture of civil disobedience to confront the global structures of power. The method of cybernetic symbolic interactionism proposed by Alexandre (2018a), here also referred to as the outsider paradigm of international relations, was used to explain the multiple strategies of civil disobedience of the environmental movement, based on the public demonstration of the communicative dramaturgical action and to affirm the centrality of political ecology in the first twenty years of the 21st century, due to its structuring power of historical transformation of society in the political, economic and adoption of new cultural behaviors.