Atuação de psicólogas/os na atenção ao abuso sexual infantojuvenil

Abstract

O abuso sexual contra crianças e adolescentes é uma forma de violência que perpassa a atuação de psicólogas/os, uma vez que é considerado um problema de Saúde Pública e afeta diferentes relações. No entanto, nem sempre as/os profissionais se encontram qualificadas/os para lidar com essa realidade - do ponto de vista ético, técnico, político e emocional. Pretendeu-se conhecer aspectos do cotidiano profissional de psicólogas/os atuantes nas áreas da Saúde, da Assistência Social, da Educação, da Justiça e da Segurança Pública. Foi possível depreender que mesmo conhecedoras/es das normativas que regem o fazer profissional, a atuação carece de um olhar apurado para a articulação em rede, qualificação profissional e planejamento de ações. Defende-se que o preparo quanto aos procedimentos a serem realizados, a prática do diálogo com os pares, assim como a escuta atenta e sensível, são fundamentais para um exercício que não incorra em vieses revitimizantes, e que seja pautado no compromisso social com a proteção e a garantia de direitos de crianças e adolescentes.

Abstract: Sexual abuse against children and adolescents is a form of violence that permeates the work of psychologists, since it is considered a public health problem that affects different relationships. However, professionals are not always qualified to deal with this reality from an ethical, technical, political and emotional point of view. Thus, we sought to know aspects of the professional daily life of psychologists working in the areas of health, social assistance, education, legal and public safety. It was possible to infer that even those who know about the regulations that govern professional practice, the performance lacks a keen eye for network articulation, professional qualification and action planning. The preparation regarding the procedures to be performed, the practice of dialogue with peers, as well as attentive and sensitive listening, are fundamental for an exercise that does not incur in revictimizing biases, and that is based on social commitment with the protection and guarantee of the rights of children and adolescents.